Rio Grande do Sul

ELEIÇÕES 2020

Candidatos à Prefeitura de Porto Alegre discutem educação em debate da Imed

Os treze candidatos discutiram propostas para a educação em debate organizado por faculdade no Youtube

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Primeiro debate de 2020 ocorreu de forma inedita pela internet - Reprodução

Uma semana antes da abertura das campanhas eleitorais, a Imed (Faculdade Meridional) de Porto Alegre realizou o primeiro debate entre os treze candidatos à Prefeitura da capital gaúcha. O debate foi de maneira virtual e foram feitas duas questões, uma sobre os problemas da educação e os problemas da pandemia e a outra sobre os projetos para inovações e geração de novos empregos.

Cada candidato teve sete minutos e meio para falar, três para cada uma das respostas e um e meio para as considerações finais. O encontro foi transmitido ao vivo pelo Youtube da Imed, às 19h30 desta terça-feira (22), e transcorreu num clima de cortesia inédito em debates entre candidatos, apesar de sempre sobrarem algumas farpas e alfinetadas.

Foi assistido por cerca de 1.700 internautas, que participaram ativamente de um chat onde se organizaram verdadeiras torcidas a cada um dos candidatos. Quatro dos participantes já foram gestores de Porto Alegre: José Fortunati (PTB), Sebastião Melo (MDB), Nelson Marchezan Junior (PSDB) e Gustavo Paim (PP). Os dois últimos são o atual prefeito e seu vice, que nesta eleição concorrem em chapas diferentes. Estes quatro justificaram suas maneiras de tratar a educação e praticamente não fizeram propostas novas, além das que estão em curso no município.

João Derly, do Republicanos, prometeu fazer um plano de educação discutido com os professores, a sociedade civil organizada e instituições especializadas.

Valter Nagelstein, do PSD, alfinetou o prefeito atual falando sobre os gastos com publicidade que motivaram o pedido de impeachment em tramitação na Câmara de Vereadores. Disse que com essa verba a prefeitura poderia ter equipado as crianças com tabletes para terem aulas à distância durante a pandemia.

Juliana Brizola, do PDT, lembrou e defendeu a principal bandeira de seu avô, Leonel Brizola, a educação em tempo integral e a necessidade de se garantir vagas em creches para as mães trabalhadoras deixarem seus filhos. Falou ainda na criação de creches noturnas.

Rodrigo Maroni, do PROS, criticou todos os políticos e governos, inclusive ele mesmo, e concluiu dizendo que "nós treze não temos a solução, quem terá serão os professores. Aqui ninguém é mais importante que um professor”.

Aproveitando a deixa, a candidata do PSol, Fernanda Melchionna, comparou os salários dos políticos aos dos professores e defendeu que fossem iguais. Prometeu igualar o seu salário e o do vice ao do final de carreira de um professor do município. Também criticou a atual administração, por querer privatizar a Procempa (estatal municipal de Processamento de Dados) em vez de, com ela, propiciar a digitalização das aulas.

Manuela D’Ávila, candidata do PCdoB, afirmou que se vencer a eleição já assumirá a prefeitura com um ano letivo praticamente perdido. Alertou também para a possibilidade de grande evasão escolar, no próximo ano, nas escolas do município. “Precisamos combater o trabalho infantil. Precisamos investir nas vagas das creches. Minha meta é garantir uma vaga para toda criança. Também é nossa meta aumentar o tempo na escola”.

Montserrat Martins, do PV, enfatizou a questão da merenda escolar e a utilização da produção dos agricultores familiares para a alimentação das crianças, assim como das hortas comunitárias. Segundo ele, isso faria com que as crianças tivessem uma alimentação saudável. Além da inclusão digital nas escolas, defendeu o ensino de técnicas e práticas agrícolas para os alunos.

Júlio Flores, do PSTU, defendeu a organização da educação através de Conselhos Populares ligando os trabalhadores da educação e as comunidades para organizar um governo novo.

Por fim, Luiz Delvair Martins Barros, do PCO, defendeu a estatização do ensino. O partido apresentou seu candidato na ultima hora para garantir a formação de uma bancada.

Edição: Marcelo Ferreira