Neoliberalismo

Jornal Brasil Atual Edição da Tarde | 8 de outubro de 2020

Entidades lançam relatório com denúncias sobre impactos socioambientais do Acordo UE-Mercosul

Ouça o áudio:

Agricultor tenta apagar fogo de queimada ilegal em reserva da Floresta Amazónica, em Novo Progresso (PA). Agosto de 2020 - CARL DE SOUZA / AFP

Essa semana foi lançado o relatório Acordo União Europeia-Mercosul: uma ameaça para a proteção de clima e dos direitos humanos, que analisa os possíveis impactos ambientais e em termos de direitos humanos, do acordo de livre-comércio entre ambos blocos. 

O trabalho foi publicado por Greenpeace Brasil e FASE, e é de autoria do pesquisador em políticas econômicas e desenvolvimento sustentável, Thomas Fritz. 

Na terça-feira (7), a maioria dos eurodeputados aprovou um documento criticando o acordo, e argumentando que não pode ser aprovado "como está". O governo de Jair Bolsonaro é o principal problema segundo o Parlamento Europeu, que afirma no texto estar "extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai contra os compromissos do Acordo de Paris, em particular no combate ao aquecimento global e à proteção à biodiversidade”.

Para falar sobre o acordo e a publicação, o Jornal Brasil Atual conversa com Maureen Santos, coordenadora do Grupo Nacional de Assessoria da FASE e Paulo Adário, estrategista senior do greenpeace

"No ano passado, a intenção de assinar o acordo foi divulgada muito positivamente, como se esse acordo fosse salvar nossos problemas políticos nacionais relacionados ao desmonte ambiental. Sempre achei isso um erro muito grande. Primeiro porque é um acordo de livre comércio. Não estamos falando de um acordo ambiental ou de um acordo climático. Esse acordo segue uma lógica de cartilha neoliberal que vem desde o Consenso de Washington, que atende uma agenda puramente econômica, e a questão ambiental e social entra sempre como um apêndice", afirmou Santos. 

"O acordo não dá garantias de que, um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, que é o Brasil, é capaz de cumprir compromissos de aumento enorme da produção que está prevista nesse acordo, protegendo o meio ambiente. O Brasil vem fazendo o contrário, destruindo o meio ambiente no processo de produção de comoditties para exportação", argumentou Adário. 

Confira também no jornal, a análise sobre a resolução do Conselho Nacional de Educação para que as Instituições continuem as atividades escolares à distância em 2021.  

Cláudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação no Ensino Municipal de São Paulo (SINPEEM), afirma que as aulas virtuais nunca substituirão as aulas presenciais, "mas enquanto não houver vacina, o método mais seguro é o ensino à distância".

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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos