Crise climática

Jornal Brasil Atual Edição da Tarde | 9 de outubro de 2020

Aquecimento global e desmatamento totalmente descontrolado agravam queimadas, afirma especialista em mudanças climáticas

Ouça o áudio:

Um membro dos Guardiões da Floresta combate queimada na Terra Indígena Alto Rio Guamá, próximo a Belém do Pará - Setembro de 2020 - JOAO PAULO GUIMARAES / AFP

A onda de calor que assolou boa parte do país, e provocou recordes de temperaturas, termina após 15 dias. Para falar sobre as altas temperaturas e a relação com as queimadas e as mudanças climáticas, o Jornal Brasil Atual Edição da Tarde, recebe a coordenadora latino-americana do programa de energia e clima da Fundação Rosa Luxemburgo, Elisangela Soldateli Paim.

Sobre o possível impacto das queimadas nos principais biomas brasileiros nas altas temperaturas dos últimos dias, a especialistas afirma: "Segundo alguns estudos, não é possível relacionar diretamente, à curto prazo, as queimadas com a questão do aumento da temperatura que a gente tá vivendo esses dias. Mas é óbvio que a longo prazo há uma relação muito forte, vinculada com o efeito estufa. E, sem dúvida, a gente pode afirmar que o aquecimento global deixa o clima mais seco e agrava a situação das queimadas no país, ainda mais num cenário em que o desmatamento está totalmente descontrolado no país e contribui pra todo esse processo",  

"Setembro foi o mês mais quente registrado na história do planeta, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus, e tem um forte indicativo de que 2020 pode ser o ano mais quente da história, superando 2016. Então, a tendência é que esses fenômenos extremos cada vez sejam mais presentes, mais intensos e com muito mais frequência do que a gente têm vivido até o momento", completa Elisangela Soldateli, que é jornalista e doutora em Ciências Sociais pela Universidad de Buenos Aires (UBA).

O jornal também traz informações de pesquisa que revela que os preços dos alimentos ao produtor indicam que arroz, carne e leite vão continuar aumentando nos próximos meses.

O motivo está em que os valores pagos ao produtor neste momento, só devem chegar nos preços dos supermercados em um futuro próximo. O arroz, por exemplo, acumula alta de 110% entre janeiro e setembro, no valor ao produtor, pela saca de 50 quilos – de R$ 49,60 para R$ 104,39. E no início de outubro já passou para R$ 105,65.

Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).

Confira todos os destaques e o jornal completo no áudio acima. 

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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos