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UFPA: organizações populares exigem nomeação de reitor eleito com 92% dos votos

Prazo de nomeação expirou; comunidade acadêmica teme que Bolsonaro ignore a consulta pública

Brasil de Fato | Belém (PA) |
Comunidade está unida para impedir uma nomeação política - Divulgação / UFPA

Organizações populares do Pará participaram de um ato na manhã desta terça-feira (13) pela nomeação de Emmanuel Tourinho a reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA). O ato, com mais de cem entidades do Brasil e da América Latina, foi organizado pelo Instituto Silvia Lane, pelo Conselho Regional de Psicologia-010 e pelo Movimento Nomeia Tourinho. 

Tourinho e Gilmar Silva foram reeleitos reitor e vice-reitor da UFPA no mês de junho com mais de 92% dos votos. O prazo de nomeação expirou, e a comunidade acadêmica teme que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolha o reitor sem considerar a consulta prévia a professores, estudantes e servidores da universidade – como já ocorreu em 14 instituições de ensino pelo país.

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Em reunião extraordinária, o Conselho Universitário nomeou o primeiro decano, Tadeu Oliver, como reitor provisório da UFPA, até que um dos membros da lista tríplice seja nomeado pelo atual presidente. 

“Fazemos parte do Movimento Nomeia Tourinho e estaremos sempre na luta por democracia e autonomia universitária”, afirma Ádima Monteiro, dirigente da organização Consulta Popular do Pará. “Não podemos aceitar que a educação, o Pará, a Amazônia e o Brasil sejam mais uma vez violentados por estes que se atribuem poderes que não lhe foram delegados”.

Tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de segurança impetrado pelos membro da lista tríplice, Emmanuel Zagury Tourinho, Zélia Amador de Deus e Doriedson do Socorro Rodrigues. O texto pede que a Corte determine que Bolsonaro cumpra a Constituição Brasileira, nomeando reitor ou reitora um dos três mais votados pela comunidade acadêmica.

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Edição: Rodrigo Chagas