Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
No Result
View All Result
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
No Result
View All Result
Brasil de Fato
Início Opinião

OU FIM DO MUNDO

Artigo | A PEC do Teto de Gastos

Com a crise da dívida externa no final dos anos 1970 e nos 1980, a diminuição do tamanho do Estado surge como bandeira

16.out.2020 às 13h33
Porto Alegre (RS)
Christian Azevedo

O teto de gastos que vige há três anos no Brasil representa o maior feito já conquistado pelos círculos empresariais brasileiros que defendem o Estado mínimo - Imagem: Direito Brasil

Em 1936, com sua Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda, John Maynard Keynes revolucionava o pensamento econômico, oferecendo um ponto de vista radicalmente diferente do que então predominava. A teoria contra a qual se opunha Keynes afirmava que o objetivo maior do empresário seria a obtenção do lucro máximo, que somente seria atingido quando o custo marginal se igualasse à receita marginal, isto é, quando o custo de cada unidade produzida se igualasse à receita obtida por cada unidade vendida, algo, diga-se de passagem, nunca constatado na realidade.

Tal corrente de pensamento apontava como modelo ideal de economia aquele em que os empresários tivessem iguais condições de competir e que houvesse barreiras mínimas à entrada de novas empresas no mercado. Como consequência, haveria muitas empresas em cada ramo de produção e comércio, fabricando e vendendo produtos praticamente idênticos entre si.

Haveria, desse ponto de vista, eficiência produtiva e alocativa, e os preços seriam os mais baixos possíveis, beneficiando também os consumidores. O preço seria resultado da convergência entre oferta e demanda, como um ponto de equilíbrio em que os vendedores concordassem em vender e os compradores concordassem em comprar determinada mercadoria em determinado valor.

A empresa que não conseguisse se manter tendo lucros a esse preço de mercado, definido na interação entre oferta e demanda, sucumbiria por sua ineficiência. Esse modelo ideal, para funcionar perfeitamente, exigiria que não houvesse interferências externas, de modo a beneficiar ou prejudicar uma ou outra empresa.

Obviamente, que o principal agente de interferência externa seria o próprio Estado, que interfere a partir de vários mecanismos, dentre eles, a política tributária, leis ambientais, de regulação, de estímulos setoriais e até mesmo através da atuação direta no mercado por meio de empresas públicas.  

Desde então, o Estado passa a ser visto, por alguns, como um empecilho à obtenção desse modelo econômico ideal, como se fosse a antítese da concorrência perfeita. O ideal a ser buscado torna-se o livre mercado, ou seja, sem interferências externas, em que empresas, em teoria, concorreriam livremente entre si. Com a crise da dívida externa no final dos anos 1970 e nos 1980, a diminuição do tamanho do Estado surge como bandeira, quando a teoria é apropriada por autores e ideólogos do neoliberalismo, que ganham força por meio do Consenso de Washington. 

A preocupação com a diminuição do Estado teve muito sucesso em se infiltrar nos círculos empresariais brasileiros e em sua representação política e acadêmica. O teto de gastos que vige há três anos no Brasil representa seu maior feito já conquistado, e bastou Bolsonaro (sem partido) sinalizar com uma tímida mudança em seu texto constitucional para que esse grupo, tendo como porta-voz Paulo Guedes, imediatamente se mobilizasse em contrário, forçando o presidente a retroceder e, novamente, voltar sua mira à redução do Estado, por meio, agora, da Reforma Administrativa.

Os três anos de evidente insucesso da camisa de força imposta ao Estado brasileiro, já que a economia do país continuou patinando, não foram suficientes para convencer esse grupo. Pelo contrário, no Rio Grande do Sul, alguns deputados (Novo, PP, MDB, PSDB, DEM, PSL, Cidadania e Republicanos) pretendem copiar o mecanismo, como se fosse solução para a atual crise fiscal em que se encontra o Estado, o qual, diga-se de passagem, é o que mais vem cortando gastos nos últimos anos. 

Essa obstinação da classe empresarial e sua representação tem por trás o temor de que a dívida volte a crescer de forma descontrolada, mas também de que os gastos venham a ser compensados, nos médio e longo prazos, com o aumento de impostos. Como consequência, a solução apontada passa a ser a redução dos gastos do Estado. Daí porque a teoria marginalista seja invocada até hoje para justificar a diminuição do Estado, como se isso fosse uma consequência inevitável da tentativa de fazer com que não interfira na economia.

Cabe afirmar que uma dívida elevada, em si, não chega a ser um problema. Há diversos países que são exemplos de alta relação dívida-Produto Interno Bruto (PIB) e a situação econômica é favorável – Japão, Itália, Cingapura, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido, Canadá, EUA.

Por outro lado, a elevação de impostos nem sempre é a única ferramenta de que dispõe o Estado para financiar seus gastos, na medida em que o país possui autonomia para condução de sua política monetária. A solução adotada pela China para sair da crise asiática, no final dos 1990, por exemplo, foi um forte endividamento público. Desde então, diga-se de passagem, o país cresce a altas taxas e de forma consistente e, hoje, sua dívida não chega a 50% do PIB.

Claro que o objetivo maior de uma nação é o crescimento econômico, e não uma boa relação dívida-PIB. Esta pode ser uma simples consequência de um crescimento econômico consistente, tal como é exemplo a China, e como foi o próprio Brasil nos anos 2000. Se o PIB cresce, por óbvio, a relação dívida-PIB diminui.

Além disso, como diria Keynes, a redução do Estado tem uma consequência negativa bastante óbvia para o crescimento econômico, já que os “gastos do governo” são um dos componentes do PIB. Quando todos os demais estão estagnados (consumo, investimento, exportações líquidas), como é comum em situação de crise econômica, os “gastos do governo” tornam-se a única alternativa capaz de reativar a economia.

Claro que, em um contexto de crescimento econômico, tal política pode ter um efeito danoso, gerando inflação. A pergunta que cabe se fazer, portanto, é em que situação estamos vivendo.

* Auditor fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, mestre em Economia pela UFRGS

 

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato

Editado por: Katia Marko
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

ARTIGO

Pepe Mujica e a leveza subversiva de um outro mundo possível

POVO NA RUA

Movimentos pressionam por moradia e apoio ao campo em ato unificado nas ruas de Porto Alegre nesta quinta (15)

VIOLÊNCIA

Governo federal se reúne em Brasília para discutir despejo na favela do Moinho

São Paulo

Na favela do Moinho, cresce apelo a Lula por fim de violência policial do governo Tarcísio

Artigo

Poderá a IA ser programada com ética?

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

No Result
View All Result
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Radioagência
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.