A contagem parcial dos votos da eleição presidencial boliviana, realizada neste domingo (18), confirma o favoritismo do ex-ministro Luis Arce, do partido Movimento ao Socialismo (MAS). Atrás dele, está o candidato Carlos Mesa (Comunidade Cidadã), representante da direita tradicional, seguido de Luis Fernando Camacho (Acreditamos), um dos operadores do golpe de 2019 na região de Santa Cruz de La Sierra.
Para vencer em 1º turno, o candidato precisa obter mais 40% dos votos ou abrir mais de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.
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Como demonstrado nas últimas eleições bolivianas, o MAS costuma fazer mais votos que os adversários em regiões distantes dos grandes centros, que geralmente são contabilizadas ao final do processo. Essa distribuição geográfica dos votos é um fator de esperança para os eleitores de Arce, apoiado pelo ex-presidente Evo Morales (MAS).
O resultado final do processo eleitoral só deve ser conhecido entre quarta (21) e quinta-feira (22). O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) decidiu suspender na noite de sábado (17) a divulgação dos chamados resultados preliminares, baseados nas atas dos locais de votação, por considerar que a sociedade boliviana está polarizada e qualquer diferença de votos em relação à contagem oficial poderia amplificar conflitos políticos.
Quem é Arce
Luis Alberto Arce Catacora é economista, natural de La Paz graduado pela Universidade Mayor de San Andrés e foi ministro de Economia e Finanças durante 13 anos. Ele é considerado um dos responsáveis pelo chamado "milagre econômico", quando a Bolívia foi o país que mais cresceu na América Latina durante quatro anos consecutivos.
Em 2018, o país sul-americano registrou um aumento de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB), batendo um recorde de US$ 40,8 bilhões, enquanto a média de crescimento mundial foi de 3,2% e regional 1,7%, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal).
Entre 2017 e 2019, Arce esteve licenciado por 18 meses do cargo, devido a um tratamento de câncer no rim, que realizou no Brasil.
