Sete assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária da região norte do Paraná doaram 4,8 toneladas de alimentos e 320 litros de leite integral para famílias em situação de vulnerabilidade de Londrina e Bela Vista do Paraíso, na sexta-feira (16).
A ação marca o Mundial da Alimentação, quando ações de solidariedade e protesto contra a fome ocorrem em todo o país. A falta de comida na mesa já era uma problema crescente no mundo, que se agravou com a chegada da pandemia do coronavírus. Entre os alimentos doados estão banana, abóbora, batata doce, berinjela, mamão, mandioca, jiló, além de uma grande diversidade de verduras e temperos verdes.
“Infelizmente, nesta data estamos vendo a fome voltar com toda a força no Brasil, um fantasma que volta a rondar as famílias mais pobres e vulneráveis, totalmente desassistidas pelo Estado. Denunciamos fortemente a falta de políticas públicas do governo Bolsonaro para com a agricultura familiar, e estamos realizando esse gesto de solidariedade com nossos irmãos nas periferias das cidades, sinalizando um gesto de esperança, unidade e um breve alento para enfrentar esse momento tão delicado”, relata Igor de Nadai, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Os kits foram entregues a 100 famílias do bairro Santa Margarida, no município de Bela Vista do Paraíso, a partir das 10 horas. Em Londrina, foram entregues 200 kits de alimentos no Bairro São Jorge (Zona Norte) e 50 kits para projeto de alimentação comunitária no Jardim Crystal (Zona Sul), com os quais foram preparadas refeições para um “marmitaço”, organizado junto a outros movimentos sociais.
As doações são fruto da luta e do trabalho de centenas de famílias de quatro comunidades rurais acampadas em Centenário do Sul, Porecatu e Florestópolis, que lutam há 12 anos pela conquista da terra, além de famílias já assentadas da reforma agrária no município de Arapongas e Centenário do Sul.
Outras ações
Na grande Curitiba, a mobilização ocorreu com distribuição gratuita de três mil marmitas e mil pães caseiros a pessoas em situação de vulnerabilidade que moram na comunidade Nova Esperança, em Campo Magro (PR).
A atividade foi realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro-PR/SC), Movimento Popular por Moradia (MPM) e ação Marmitas da Terra, que envolve cerca de 100 voluntários na produção semanal de marmitas para doação.
As iniciativas se somam à campanha de solidariedade realizada pelo MST desde o início da pandemia. Desde março, mais de 431 toneladas de alimentos da Reforma Agrária foram partilhadas com famílias e entidades que mais sofrem com o descaso do poder público.
Já na região sudoeste, entidades e movimentos do campo e da cidade arrecadaram 2,5 toneladas de alimentos, distribuídas a cerca de 100 famílias. A ação teve participação do Fórum Regional das Organizações e Movimentos Populares do Campo e da Cidade do Sudoeste do Paraná e outras organizações sindicais, populares e estudantis ligadas ao comitê Resistência e Solidariedade.
