Coronavírus avança

União reconhece estado de calamidade na Bahia e no Ceará por causa da pandemia

Após semanas em queda, número de infectados por semana volta a subir no Brasil e ultrapassa 160 mil

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Profissionais da saúde realizam testes na população da Bahia. - Governo do Estado da Bahia

Pela segunda vez este ano Ceará e Bahia determinaram estado de calamidade pública por causa da covid-19. Os decretos dos dois estados foram reconhecidos pelo Governo Federal nesta segunda-feira (26), com oficialização no Diário Oficial da União. Na prática, a medida facilita o acesso a recursos públicos para ações de enfrentamento à pandemia e diminui burocracias.

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Enquanto o decreto for válido, os estados podem ultrapassar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal para medidas de auxílio à população impactada pela crise sanitária. A Bahia é o terceiro estado brasileiro que mais registra números absolutos de casos da covid-19. Já o Ceará é o terceiro em ocorrências de óbitos. 

Brasil interrompe trajetória de queda

Os números consolidados da semana que se encerrou em 24/10 indicam que o país não conseguiu sustentar a queda de novos casos, que vinha sendo observada há mais de um mês. De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a soma do período chegou a 165.277. Na semana anterior, o crescimento de contaminados ficou abaixo de 150 mil, cenário que não era observado desde maio.

Ainda assim, os registros de óbitos seguem crescendo menos semanalmente, movimento que é observado desde o meio do mês de setembro. Os números estão abaixo de quatro mil a cada sete dias há duas semanas. No período que se encerrou no último dia 24 foram confirmados 3.228 casos fatais da covid-19 no Brasil. 

Segundo o Conass, até esta segunda-feira (26), 157.397 pessoas morreram por causa da doença no país. Foram confirmados 263 óbitos em um dia. O total de contaminados é de 5.409.854 e somente nas últimas 24 horas houve registro de 15.726 novos pacientes.

Bolsonaro não entende pressa por vacina

Apesar de o Brasil seguir na lista dos países com dados mais expressivos de mortes e infectados, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse não entender os motivos da pressa para descoberta e aplicação de uma vacina. Segundo ele, "todo mundo diz que a vacina que menos demorou até hoje foram quatro anos. Eu não sei por que correr em cima dessa". Em todo o mundo, mais de 1,1 milhão de pessoas morreram por causa do coronavírus.

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O presidente sinalizou ainda que não considera vantajoso o gasto de recursos públicos na prevenção da covid-19 com a vacina. Na opinião dele é mais barato investir na cura da doença. Bolsonaro não explicou o cálculo que o fez chegar à conclusão e também não mencionou o número de mortes causadas com o vírus em circulação sem mecanismos de imunização.

Ele voltou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica, que segundo o presidente seriam provas de possibilidades de cura. “Eu sou um exemplo. Eu tomei cloroquina, outros tomaram ivermectina outros tomaram Annita e pelo que tudo indica todo mundo que tomou precocemente uma das três alternativas aí foi curado.”

O que é o novo coronavírus?

Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Rodrigo Chagas