Direito

Governo Fernández deve apresentar novo PL para legalizar o aborto na Argentina

Secretaria Legal e Técnica comunicou em entrevista nesta segunda que o projeto será enviado em novembro ao Congresso

Brasil de Fato | Buenos Aires (Argentina) |
Ato na província de Tucumán convocado pela Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito para reativar o tema na agenda do governo de Alberto Fernández - Reprodução

O presidente Alberto Fernández deverá enviar ainda este mês ao Congresso Nacional um novo projeto de lei IVE (interrupção voluntária da gravidez), que visa legalizar o aborto na Argentina. A confirmação foi realizada esta segunda-feira (9) por Vilma Ibarra, da Secretaria Legal e Técnica.

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Em entrevista ao canal C5N, e posteriormente também no canal IP Notícias, Ibarra ressaltou que a proposta era "promessa de campanha", mas que a pandemia comprometeu a agenda prevista para o primeiro ano do governo de Fernández. Além disso, citou os poucos dados que existem sobre abortos clandestinos no país.

"Há entre 370 e 520 mil abortos clandestinos por ano. Esse número é gigantesco, e representa uma exposição de vida e de saúde das mulheres", enfatizou, destacando também a importância de investir "em políticas fortes de educação sexual integral".

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O anúncio vem apenas alguns dias após uma jornada de ação federal convocada pela Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito em distintas províncias do país, no dia 4 de novembro, sob o lema "É urgente: Aborto legal 2020".

Ainda na semana passada, representantes da campanha se reuniram com o presidente da Câmara de Deputados, Sergio Massa, reforçando a necessidade de dar prioridade ao projeto de lei IVE. Nesta reunião, Massa propôs uma mesa de trabalho com as autoridades da Comissão de Mulheres e Diversidades para incluir o tema na agenda parlamentar.


Representantes da Campanha se reuniram no último dia 4 de novembro com o presidente da Câmara de Deputados Sergio Massa. / Reprodução

Apesar da confirmação da secretária sobre a apresentação do projeto de lei ainda em novembro, Ibarra reiterou que cabe ao presidente estipular a data oportuna de apresentação do projeto ao Congresso Nacional.

Edição: Rodrigo Chagas