Afastar o mosquito

Pesquisadores da PB estudam repelente natural contra o Aedes aegypti

Projeto envolve escolas e postos de saúde no cultivo e produção

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O Zika é um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mas que também pode ser transmitido sexualmente
O Zika é um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mas que também pode ser transmitido sexualmente - EBC

Um projeto de pesquisadores brasileiros estuda formas naturais para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e a chikungunya. É o Zika UEPB, projeto da Universidade Estadual da Paraíba.

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Inicialmente, foram implementados três laboratórios vivos em escolas e postos de saúde, com cultivo de diversas espécies de plantas quem repelem o mosquito. Esses laboratórios produziam mudas para distribuição na comunidade e até hortaliças para as escolas.

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O engenheiro agrônomo e professor da UEPB, Walter Vasconcelos, que participa do projeto, explica que a proposta envolve toda a comunidade na produção do repelente natural.      

"O laboratório vivo serve como se fosse uma matriz que interage com os alunos, com a comunidade, como todos os pais de alunos. No caso, vamos ter hortaliças para as merendas e usar repelentes para fazer os nosso produtos. Ou seja, essas plantas repelentes servem para ter em casa, como mudas, ou agora você pode ter uma produção de um repelente natural", detalha.       

Na fase atual, o projeto prevê uma série de oficinas para produção do repelente natural, feito à base de citronela. A primeira aconteceu na Escola Municipal José Mariano, na cidade de Junco do Seridó (PB).

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O professor Walter Vasconcelos afirma que a proposta busca uma solução barata e acessível para a população.

"Um método que a gente está tentando ajudar vem baseado nas plantas. Então essa ideia é de algo natural, de baixo, e que qualquer pessoa aqui na região, juntando a base da planta, um pouco de álcool, um pouco de água limpa filtrada ou destilada, conseguimos fazer um repelente que consegue pelo menos diminuir os casos de dengue, zika e chikungunya aqui na nossa região. Dando certo, você imagina isso para todas as regiões do nosso país, que tem um número de mortes elevados", ressalta.  

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O próximo passo é ampliar os estudos científicos para atestar a eficácia do repelente natura, como explica Vasconcelos.

"Precisamos agora estudar a validade, por exemplo. Fizemos para saber por quanto tempo o repelente natural fica com as propriedades químicas e  físicas disponíveis para uso. Mesmo sabendo que é um produto natural, já percebemos em estudos preliminares que o efeito é de uma semana, com uso normal. É um preço barato. Mas precisamos fazer estudos científicos, comprovar e dizer a população que façam isso [usar o repelente natural], que estamos dando o aval", explica.  

O projeto é uma parceria de diversos departamentos da UEPB com instituições como a Fiocruz, a Universidade Federal de Campina Grande e o Instituto Nacional do Semiárido, em um esforço de desenvolver tecnologias sociais, saúde pública e a educação.