Indignação

Moradores da Vila Cruzeiro protestam contra morte da ativista negra Jane Beatriz

Segundo testemunhas, a Brigada entrou de forma truculenta na residência de Jane o que teria ocasionado a sua morte

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Moradores protestaram contra morte de ativista - Reprodução/TV Record

A morte da ativista e servidora pública municipal gerou indignação nos moradores da Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, que protestaram contra a Brigada Militar no início da tarde desta terça-feira (8). Formada pela primeira turma do curso Promotora Legal Popular (PLP), da instituição Themis, a servidora da Guarda Municipal de Porto Alegre, Jane Beatriz Machado da Silva faleceu nesta terça-feira, durante uma ação da Brigada Militar na comunidade.

Segundo relato de moradores, Jane teria sido empurrada por policiais que tentavam entrar em sua residência, caindo de uma escada que dá acesso à casa e batido a cabeça no chão, o que teria causado a morte. Em nota, a Brigada Militar informou que a moradora teve um mal súbito e que a corporação havia ido ao local para socorrê-la, já que o Samu estaria demorando. A instituição anunciou que as circunstâncias sobre a morte de Jane serão apuradas. Na página de Jane no Facebook, amigos e familiares além de prestar homenagens, cobraram explicações. 

Segundo os moradores da localidade, Jane, que era mãe e avó vivia há tempos no local e era muito querida pela comunidade. Como forma de protesto, moradores ergueram barricadas ao longo da avenida Tronco, e saíram pelas ruas carregando faixas e cartazes em que denunciavam a violência policial, e colocaram fogo em um automóvel. Os policiais envolvidos na ação foram retirados da comunidade e um destacamento do Pelotão de Choque da Brigada foi deslocado para a área ainda no início da tarde. Os moradores concordaram em liberar a passagem da avenida para um carro do Corpo dos Bombeiros apagar o fogo no automóvel incendiado, mas mantiveram os demais bloqueios.

Em suas redes sociais as vereadoras negras recém-eleitas Laura Sito (PT), Karen Santos (PSOL) e Bruna Rodrigues (PCdoB), e os vereadores eleitos Matheus Gomes (PSOL) e Leonel Radde (PT) cobraram explicações da Brigada Militar e uma investigação independente sobre o ocorrido.

Themis divulgou nota lamentando a morte da ativista dos movimentos negro, feminista e dos direitos humanos. A entidade convocou lideranças dos movimentos sociais para uma reunião virtual, ainda nesta terça-feira, para discutir o caso e as medidas a serem tomadas. Um novo ato foi convocado para esta quarta-feira (9), às 18h, na Esquina da Rua Caixa Econômica Federal com a Cruzeiro do Sul.

*Com informações do Sul 21 
 


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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko