Petrobras

Petroleiros da Bahia protestam contra venda do primeiro campo de petróleo do Brasil

Demissão de terceirizados, transferência de concursados e perda na arrecadação de imposto estão entre as consequências

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
14 campos terrestres da Petrobras foram vendidos pelo governo Bolsonaro - Sindipetro BA

Petroleiros baianos realizaram na manhã da última terça-feira (22) uma mobilização em frente à unidade Operacional da Petrobrás em Candeias, na Baía de Todos os Santos, contra a privatização da unidade, vendida com outros 13 campos terrestres de petróleo e gás do estado da Bahia. A assinatura do contrato foi anunciada pela estatal no inicio da noite da última quinta-feira (17).

No campo de Candeias está localizado o Poço Candeias 1, primeiro poço de exploração comercial de petróleo do Brasil que entrou em atividade em 14 de dezembro de 1941, e, hoje, após 79 anos, ainda está ativo, produzindo. 

Leia também: Petrobras completa 67 anos; entenda os riscos da privatização da empresa

Durante a mobilização, os diretores do Sindicato dos Petroleiros da Bahia conversaram com os trabalhadores explicando os impactos da venda, como a possível demissão dos cerca de 250 trabalhadores terceirizados da unidade ou transferência para outras unidades, no caso dos concursados.

O sindicato informou que vai procurar a 3R Petroleum, empresa que adquiriu os 14 campos de petróleo e gás da Petrobras, para garantir as melhores condições, benefícios, salários, assim como a contratação dos trabalhadores que serão demitidos.

Os trabalhadores concursados do campo de Candeias, que são cerca de 40, devem ser transferidos para outras unidades, já que não podem ser demitidos devido ao Acordo Coletivo de Trabalho em vigor.

Aprofunde-se: Com função social enfraquecida, Petrobras reduz produção e prejudica trabalhadores

“A experiência nos mostra que as empresas privadas da área de petróleo tendem a contratar com salários mais baixos e restrição de direitos, comparado com a Petrobras. Isso vai impactar não só a vida desses trabalhadores, mas também o comércio local, pois haverá menos dinheiro circulando", argumenta o coordenador-geral do sindicato, Jairo Batista.

Outras consequências serão a perda na arrecadação dos royalties, ISS e ICMS, a redução da capacidade de investimento e de compra de bens e serviços. “Uma empresa nova, que ninguém conhece, que é privada, que só visa o lucro, quer garantir o retorno imediato dos investimentos feitos. É realmente uma lógica empresarial, que prejudica o estado, beneficiando apenas o capital”, afirma o Diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa.

Fonte: BdF Bahia

Edição: Elen Carvalho