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Caso Ford

“Olívio Dutra merece um pedido de desculpas da grande mídia”, defende Sérgio Kapron

Com a saída da Ford do Brasil, reacenderam as discussões sobre disputa ocorrida no RS durante governo Olívio (PT)

12.jan.2021 às 16h19
Porto Alegre
Redação

Olívio foi questionado pela posição na disputa com a Ford até os dias atuais. Na foto, ele é questionado pelo fato em debate durante as eleições que concorreu ao senado em 2013 - Reprodução Canal da Resistência

Com a decisão da Ford de abandonar o Brasil, as discussões sobre desenvolvimento e incentivos fiscais reacenderam no país. Especialmente no RS, onde o debate já havia sido colocado em pauta à época em que Olívio Dutra era governador do Estado. Na ocasião, a montadora pressionou o governo gaúcho por mais incentivos fiscais, mesmo já tendo assinado um contrato de instalação de uma fábrica. A empresa então, passou a chantagear o governador: caso mais incentivos fiscais não fossem dados, a empresa abandonaria o estado e iria para a Bahia, o que de fato aconteceu.

O governador não cedeu às chantagens, tentando obrigar a empresa a cumprir o contrato. Porém, foi fortemente atacado pela imprensa da época, principalmente pela maior empresa de comunicação do estado, a RBS, historicamente aliada aos interesse empresariais. À época, o então governador Olívio Dutra comentou:

"Essa empresa quer incentivos fiscais que as nossas [as empresas brasileiras] não têm. O dia que achar que o Brasil não serve mais, vai embora e nem dá tchau". A história provou que ele estava certo.

Segundo reportagem do Sul21, o contrato entre o Estado do Rio Grande do Sul e a Ford do Brasil foi assinado em 21 de março de 1998, estabelecendo benefícios fiscais e de crédito para viabilizar a implantação da montadora em Guaíba.

Além disso, foi concedido um financiamento do Banrisul no valor de R$ 210 milhões, em cinco parcelas de R$ 42 milhões. O total de benefícios superava os R$ 450 milhões, sendo que a primeira parcela do empréstimo do Banrisul chegou a ser liberada. Na segunda parcela, em março de 1999, já no governo Olívio Dutra, o Banrisul exigiu antes uma prestação de contas, como estabelecia o contrato. A Ford considerou que o atraso na liberação da parcela configurava quebra de contrato e utilizou isso como desculpa para abandonar o terreno ganho do município de Guaíba e montar a fábrica na Bahia.

Em 2000, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingressou com uma ação cível contra a Ford, por quebra unilateral de contrato, reclamando ressarcimento dos valores repassados à empresa. Nove anos após, em sentença de primeiro grau, a 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre reconheceu a quebra de contrato por parte da Ford e determinou o ressarcimento dos valores recebidos para sua instalação no Rio Grande do Sul.

Papel da mídia

Na segunda-feira (11), a jornalista Rosane de Oliveira (RBS) publicou um texto na qual anunciava que a "profecia" de Olívio Dutra havia se concretizado. O texto gerou polêmica, pois a posição do governador na época não era nenhuma espécie de profecia, e sim uma posição política em defesa do dinheiro público. Além disso, o texto da jornalista não leva em conta os fortes ataques feitos pela empresa que trabalha, sendo considerado insuficiente para reparar o dano causado à imagem do governador.

O texto recebeu uma resposta do economista Sérgio Kapron, que reproduziremos aqui. Sérgio participou das negociações com a Ford, junto de José Carlos Moraes (Zeca Moraes), falecido em 2009, que era secretário de Desenvolvimento Econômico e Assuntos Internacionais no governo Olívio Dutra (1999-2002).

Confira o texto, reproduzido na íntegra, sem edições:

"Cara Jornalista Rosane Oliveira, eu não tenho elementos para avaliar o quanto de jornalismo tem nesta sua declaração sobre o anúncio da Ford de ir embora do Brasil e a suposta profecia de Olívio Dutra. Tampouco para desmerecer tua capacidade que, pela posição que ocupas, deve ser das mais elevadas possíveis.

Mas tenho plena capacidade e obrigação de contrapor a duas de tuas afirmações.

E não porque, há 20 anos, me coube a responsabilidade profissional de estar ao lado do competente e saudoso secretário Zeca Moraes na mesa de negociação onde a Ford decidiu, unilateralmente, abandonar seu projeto no RS. Mas porque tinha, e espero manter, discernimento e capacidade de interpretação de que o projeto iniciado por FHC e Antônio Britto, de destruição das capacidades do Estado nacional, seria maléfico para o desenvolvimento do Brasil e do RS, apesar dos ganhos passageiros que eram ostentados. E por ser um dos milhares que, junto com Olívio e Zeca, sofreram os “ataques dos adversários” ampliados por câmeras, microfones e páginas 10 vezes mais privilegiadas.

1) Não foi profecia. Olívio Dutra é uma instituição viva da política, decente, honesto, coerente e comprometido com a melhoria da vida da população que mais precisa. E para isso não precisa ser profeta. O que o Olívio, do alto da responsabilidade de governador do RS, afirmou era uma leitura simples e coerente. Diria, até, óbvia, pois embasada em inúmeros analistas e estudiosos do subdesenvolvimento e da globalização financeira. Restava claro que as políticas neoliberais de benefícios às multinacionais, às custas da destruição da capacidade fiscal dos estados, não traria desenvolvimento sustentado e ainda tirariam a capacidade de manter investimentos nos serviços básicos e na infraestrutura, fundamentais ao desenvolvimento.

As multinacionais promoviam uma competição espúria, buscando salários mais baixos e flexibilidades ambientais que já não encontravam em seus países sede. E de brinde, exigiam e levavam benesses que tiraram recursos da saúde, da educação, da segurança e do desenvolvimento da população dos países e estados que a elas se ajoelhavam. Mas claro, possuíam e ainda possuem grande simbolismo pelos empregos que geravam, pequenos impactos localizados e, claro, por suas gordas contas publicitárias.

2) Os “ataques dos adversários por ter ‘mandado (sic) a Ford embora’” foram gerados, amplificados, repetidos mil vezes e constituídos como uma fraude histórica desde as redações e bancadas deste teu lugar de fala, cara Rosane. Restou provado na justiça, com direito a ressarcimento financeiro pela Ford ao povo gaúcho, que foi ela quem foi embora. Mas por ter lado na disputa política e defender os interesses das multinacionais e grupos financeiros contra o desenvolvimento do povo gaúcho e brasileiro é que a maior empresa de comunicação do RS deu vida a tal mito, assim como a outros que se seguiram. Petistas, Olívio Dutra, Zeca Moraes e um RS Democrático e Popular foram achincalhados desde este teu lugar de fala. As reformas destruidoras do setor público seguem sendo prioridade na mesma proporção em que a economia do RS e do Brasil seguem definhando, para o  sofrimento de nosso povo. Pior que a montadora, é a vida digna de um povo ser mandada embora.

Lamento, mas esta tua tentativa de deferência a Olívio Dutra não faz justiça histórica.

Talvez um pedido de desculpas, por que não?

De qualquer forma, o mal está feito. E segue sendo feito com a linha editorial de reformas anti povo e destruidoras do patrimônio público, ancorado na mesma ladainha e publicidades de 20 anos atrás: o Estado está quebrado! Mas a história segue. E sabemos muito bem quem pode andar de cabeça erguida e dormir com a consciência em paz."

Sérgio Kapron, economista


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Editado por: Katia Marko
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