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Opinião

Artigo | O liberalismo ocidental não tem vacina

"Em 2020, nossa relação entre liberdade individual e segurança foi colocada em xeque. O planeta clama por cuidado"

13.jan.2021 às 12h28
Brasil de Fato Porto Alegre
Mauro Paz

Mauro Paz - Foto arquivo

Estranho. 2020 foi o ano mais estranho de nossas vidas. O coronavírus se espalhou rapidamente exibindo seu poder letal. Na tentativa de conter a pandemia, portas de comércios, escolas, academias foram fechadas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde era bilhões de pessoas ficarem dentro de casa, em isolamento social. Os cientistas não contavam que o seu pior inimigo seria, um antigo aliado nos tempos de Iluminismo, o homem-branco-rico e defensor do liberalismo econômico.

O liberalismo econômico nasce oficialmente a partir do pensamento de Adam Smith, que publicou "Uma Investigação sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações" no ano de 1776, não por acaso poucos anos antes da Revolução Francesca. Ambos marcos sociais, o livro e a revolução, emergem da necessidade burguesa em se libertar do controle dos estados monárquicos. Em outras palavras, o liberalismo em sua raiz se resume a utopia criada para legitimar o fato de os homens-brancos-ricos usarem em benefício próprio tudo e todos que eles veem pela frente: terras, minério, água, mulheres, homens, etc. 

Com essa bandeira de liberdade levantada, os homens-brancos-ricos se esbaldaram por séculos e se acostumaram aos privilégios dos antigos nobres a ponto de se tornarem caricaturas de meninos mimados, como Bolsonaro e Trump. A reação caricata de Trump frente ao fracasso da sua reeleição é ótima para exemplificar o que digo. Por toda sua vida, Trump usou seus privilégios de homem-branco-rico. Dentro da sua lógica, a democracia americana sempre foi incrivelmente exemplar enquanto ele ganhava o jogo. Na medida em que perde as eleições, Trump esperneia, diz que o sistema é fraudado, pressiona o secretário de Estado da Geórgia a 'encontrar' 11.780 votos e, por fim, incita uma multidão a invadir o Capitólio, casa do congresso e um dos símbolos máximos da democracia ocidental.

Outro bom exemplo do quão mimado esses homens-brancos-ricos se tornaram é Bolsonaro, que em nome da sua liberdade, promoveu manifestações contra o Supremo em plena pandemia, ridicularizou mortes passeando de jetski e, frente a possibilidade de ser vacinado, esperneia como um menino birrão: “Não vou tomar, e ponto final. Se a minha vida está em risco, o problema é meu”. A atitude de Bolsonaro, enquanto estadista, gera eco. Hoje 30% dos brasileiros dizem não querer usar a vacina e, assim como o presidente, acreditam que seu direito de escolha está acima das outras vidas.

Uma das grandes causas desse fenômeno anti-vacina é que no Ocidente, desde os últimos séculos, quando a maior parte das repúblicas foram estabelecidas, os homens-brancos-ricos vendem aos negros, aos pobres, aos povos originários e as mulheres, a ideia de que consumir o que quiser é ser livre. Essa liberdade manca movida pelo interesse na ampliação dos mercados consumidores, porém, tem um limite: a massa é livre desde que nunca tire dos homens-brancos-ricos os melhores hospitais, as melhores escolas, as maiores casas e todo luxo que o dinheiro acumulado por vidas cheias de privilégios pode comprar. Quando sentem seus privilégios ameaçados, nossos bons liberais respondem com benevolente violência, para manter a ordem.

A natureza, diferente dos homens, não é suscetível a narrativas. Nesse estranho ano de 2020, a covid-19 levou mais de 1 milhão de vidas no Ocidente liberal. Entre estes, 300 mil norte-americanos que compravam iPhones, mas não tiveram acesso a um sistema de saúde gratuito. Somam-se a esse número soturno também 180 mil brasileiros, que nem iPhone conseguiam comprar com o risório salário mínimo de 200 dólares mensais.

Em movimento contrário às nações liberais do Ocidente, a China, onde provavelmente nasceu a pandemia, controlou a covid-19. O trabalho foi orquestrado pela força de um estado que é constantemente acusado de restringir a liberdade de seus cidadãos.

Diferente de bolso-negacionistas que buscam diversas falácias para mascarar as queimadas e desmatamento promovido por homens-brancos-ricos, a China se comprometeu a reduzir 65% da emissão de CO2 nos próximos 10 anos. Provavelmente vão atingir essa meta com medidas drásticas e coordenadas pelo Estado. Não creio que a China seja hoje um grande exemplo de ações pró-meio-ambiente. Trouxe o exemplo da enorme meta de emissão de CO2 para exemplificar a forma como o governo chinês opera. Por lá, as gigantes ações controladas pelo Estado exigem sacrifícios dos indivíduos em função de todos. Enquanto, por aqui, os sacrifícios dos indivíduos são em nome do lucro de poucos homens-brancos-ricos-liberais.

Antes que as pedras cheguem, minha defesa. Não pretendo aqui defender de forma alguma o autoritarismo. Meu ponto é outro. Quero falar da morte da narrativa liberal, que imperou no século XX, com gol de mão Keynesiano, após a segunda guerra. O número de mortes no oeste mostram o quão é frágil a falsa ideia de liberdade cunhada pelos seguidores do Adam Smith. Enquanto isso, a China controladora se consolida como antítese do Ocidente liberal e, ao que tudo indica, dará a toada no mundo nesse século XXI, mesmo que Bolsonaro, Trump, Doria, Macron e seus amigos de Wall Street, The City, Itaim esperneiem.

O liberalismo e o limitado pensamento liberal do Ocidente estão agonizando com as vítimas do coronavírus. Ainda iremos assistir por mais alguns anos homens-brancos-ricos espernearem por seus privilégios. Porém, vem um forte vento do leste. Em 2020, nossa relação entre liberdade individual e segurança foi colocada em xeque. O planeta clama por cuidado e movimentos coordenados da humanidade. A natureza já deu seu recado, não tem paciência com meninos mimados.

* Escritor, publicitário e roteirista.

Editado por: Katia Marko
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