Representatividade 

Apenas 27 mulheres tomam posse em todo o estado de Roraima 

Foram 3 prefeitas, 1 vice-prefeita e 23 vereadoras considerando todos os municípios do estado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Da esquerda para a direita: Regiane Matos, Tuti Lopes, Aline Rezende e Juliana Garcia eleitas vereadoras de Boa Vista em 2020 - Reprodução /Divulgação

Assim como no Brasil, o estado de Roraima tem mais da metade de sua população (53%) composta por mulheres, mas esta realidade não se refletiu nas urnas nas eleições municipais de 2020. No estado composto por 15 cidades, apenas 3 delas terão a prefeitura comandada por uma mulher. Uma vice-prefeita e outras 23 vereadores também foram eleitas no estado. 

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A capital Boa Vista elegeu apenas 4 mulheres entre 23 vereadores, são elas Juliana Garcia, do PSD; Aline Rezende, do PRTB; Tuti Lopes, do PL; e Regiane Matos, do MDB.

A administradora e servidora pública municipal, Regiane Matos (39), foi uma das mulheres eleitas; teve 1.186 votos em sua primeira tentativa de concorrer ao cargo. Natural de Manacapuru, cidade no interior do estado do Amazonas, aos 11 anos foi morar com a família em Roraima. 

“Eu iniciei minhas atividades no serviço público com 22 anos, como “assistente administrativo temporário” no Hospital da Criança Santo Antônio, onde depois ocupei diversos cargos, como coordenadora do SAME (Serviço de Atendimento Médico e Estatística) e diretora administrativa interina do Hospital, já como servidora concursada de Boa Vista”, explica. 

Ainda na área da saúde, em 2011 foi convidada para assumir o cargo de Diretora de Unidades de Saúde. Em 2020, a convite da então prefeita Teresa Surita, se candidatou para a Câmara dos Vereadores com o intuito de carregar as bandeiras da saúde, educação e dos direitos sociais. 

As quatro mulheres eleitas na capital roraimense tomaram posse no início de janeiro ao lado de 19 homens. Para a servidora pública municipal e vereadora, a presença de mais mulheres na política pode mudar os rumos de uma cidade. Ela explica que as mulheres têm um cuidado maior com as dificuldades enfrentadas pelas famílias, pelos menos favorecidos e são mais sensíveis às causas sociais em geral. Quando questionada sobre o maior desafio que irá encontrar, responde sem pensar duas vezes: conquistar o respeito dos homens dentro da Câmara.

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“Temos que nos impor, mostrar que a mulher tem capacidade. Vem crescendo a participação de mulheres eleitas no Brasil, mas que precisamos aumentar esse número em nosso estado”, finaliza.

Cidades do interior 

Em Rorainópolis, dos 13 vereadores eleitos, apenas 3 são mulheres. São elas, Francielle Novo, do Solidariedade; Enfermeira Cristiane, do Republicanos; e Andreia Maia, do Cidadania. 

Em Caracaraí, Diane de Souza Coelho, do Solidariedade, foi eleita prefeita da cidade. Já quando se fala da Câmara, dos 11 vereadores, apenas uma é mulher, a professora Kelly, do Republicanos.  

Já em Alto Alegre e Iracema, ambas cidades com 9 vereadores, nenhuma mulher foi eleita em 2020. 

Mucajaí elegeu Eronildes Aparecida Gonçalves, conhecida como Dona Nega, como prefeita. Além dela, Andreia Almeida, do PL, e a Comandante Elielma, do MDB, também foram escolhidas para fazer parte das 11 cadeiras da Câmara Municipal. 

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Em Cantá, um terço das vagas para o legislativo local foi destinado às mulheres. Roberta Peixoto, do PSDB; Wanessa Matos e Fernanda Curvina, ambas do PROS, ocupam cadeiras ao lado de outros 6 homens na Câmara da cidade. 

Uiramutã também teve um terço das vagas da Câmara preenchidas por mulheres. Professora Tânia Batista, do Republicanos; Cricya Raposo, do PP; e Professora Delzuita, do Cidadania, ocuparão 3 das 9 cadeiras destinadas aos vereadores. 

Bonfim elegeu apenas uma mulher, a Irmã Neide, do PROS, para a Câmara dos Vereadores que conta com 9 cadeiras. 

Pacaraima, cidade que faz fronteira entre Brasil e Venezuela, elegeu duas mulheres entre 9 vagas para a vereança, são elas Dila Santos, do Solidariedade, e Kassia Sena, do Republicanos. 

Já Amajari elegeu Nubia Costa Lima como prefeita da cidade, mas nenhuma das 9 cadeiras da Câmara é ocupada por uma mulher. 

Normandia tem Veralice Lima de Oliveira como vice-prefeita e duas vereadoras entre os 9 eleitos em 2020, são elas Dani Esbell, do Solidariedade, e Xuxa Souza, do Republicanos. 

Em Caroebe apenas Regiane Schumar, do Republicanos, ocupa uma cadeira na Câmara Municipal da cidade, que conta com 9 vagas.

São João da Baliza elegeu Luiza Maura de Faria Oliveira como prefeita da cidade, mas não tem nenhuma representante mulher na Câmara. 

Em São Luís, das 9 cadeiras destinadas aos vereadores, apenas uma é ocupada por mulher - Fatima Silva, do MDB. 


 

Edição: Rogério Jordão