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SOBERANIA NACIONAL

Petrobras divulga avanço em negociação de refinarias. Petroleiros criticam medida

Esse percurso é traçado pela empresa sem planejamento com os trabalhadores

Curitiba (PR) |
Refinarias são a nova meta de privatização do governo Bolsonaro - Screenshot/Brasil de Fato

Comunicado de imprensa da Petrobras, datado do dia 19 de janeiro, pauta a venda das refinarias nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Amazonas, Ceará, Minas Gerais.

A empresa pública no documento informa que “recebeu proposta vinculante para a venda da Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul, e está em fase de negociação com a Ultrapar Participações S.A. A companhia também recebeu propostas vinculantes para venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná, e está em fase de análise das propostas”.

Desde 2020, sindicatos e trabalhadores do ramo têm sido críticos ao que consideram medidas que enxugam o número de trabalhadores, podem levar a acidentes no interior da empresa. E pode onerar também a população, aumentando o preço de itens indispensáveis, como o gás de cozinha e os combustíveis.

“Hoje veio notícia (do Valor Econômico) de que a Refap (Rio Grande do Sul) seria vendida por R$ 1, 4 bilhão. Mercados regionais têm sido vendidos, em Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso. Devido ao custo, vão escolher refinar aqui ou em outro país. A Petrobras hoje criminosamente baixou a produção das refinarias, a importação aumentou, refinarias estão operando com 30% a menos de capacidade e 30% de combustíveis”, critica Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindipetro PR-SC.

Em comunicado à imprensa, a Petrobras tratou de desmentir a publicação do Valor, afirmando que as negociações ainda estariam em curso.

O sindicalista avalia que esse percurso é traçado pela empresa sem qualquer conversa e planejamento com os trabalhadores. De acordo com ele, a informação surge pela imprensa, não há espaço de negociação. "Temos acompanhado a situação dos trabalhadores e somos críticos à forma que foi colocado o Programa de Demissão Voluntária (PDV). A empresa afirma que há espaço para quem quiser ficar, mas não dá segurança sobre o local de trabalho", critica Jorge.

O comunicado da Petrobras informa ainda que outras refinarias estão em fase de negociação. “A companhia também recebeu propostas vinculantes e está em fase de negociação para venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas; da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR), no Ceará; e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná. A Petrobras espera, ainda, receber as propostas vinculantes para venda da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, e da Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Minas Gerais, no primeiro trimestre deste ano”.

Até o fechamento da edição, a reportagem do Brasil de Fato Paraná não recebeu resposta da imprensa da Petrobras. Seguem abaixo as perguntas que enviamos.
 

1. Sindicatos da categoria alegam que a empresa não tem dialogado sobre a venda das refinarias, e que recebem as informações apenas pela imprensa. Uma operação como esta não deveria contar com mais espaços de diálogo com as entidades de classe?

2. Os sindicatos da categoria de petroleiros ouvidos pela reportagem também colocam que a consequência da venda das refinarias será aprofundamento da importação de combustíveis fora do país, possível redução do número de trabalhadores, além de maior risco de acidentes. Como a empresa se posiciona diante disso?

 

Atenciosamente, obrigado

Pedro Carrano

Edição: Lia Bianchini