Em uma semana

Aprovação de Bolsonaro despenca 11% e até grupos de direita aderem a impeachment

Trata-se da maior queda semanal desde o início do governo: de 37% para 26%, voltando ao nível de junho de 2020

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A queda nas pesquisas coincide com a crise de Manaus e as incertezas sobre a vacina contra a covid-19 - Agência Brasil

Não é mais apenas entre movimentos sociais progressistas que o apelo pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro vem crescendo.

Representantes da direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL), assim como Vem Pra Rua e o ex-candidato a presidente da República em 2018 João Amoêdo (Novo), lançaram na quinta-feira (21) um abaixo-assinado pela abertura de processo de impeachment contra Jair Bolsonaro. O documento contava com cerca de 85 mil adesões às 15h desta sexta.

A pressão de aliados de Bolsonaro de primeira hora reflete o crescimento do descontentamento geral com o chefe do Executivo. De acordo com pesquisa revista Exame/Instituto Ideia divulgada nesta sexta-feira (22), a aprovação da atuação de Bolsonaro como presidente despencou de 37% para 26% em apenas uma semana. Trata-se da maior queda semanal desde o início do governo, voltando ao nível de junho de 2020, auge da pandemia de coronavírus.

A desaprovação ao presidente subiu de 37% para 45%. A avaliação do governo é quase idêntica: o percentual dos que o desaprovam subiu de 34% para 45%. A queda coincide com a crise de Manaus e as incertezas sobre a vacina contra a covid-19. O estudo foi realizado por telefone, em todas as regiões do país, entre 18 e 21 de janeiro.

Ainda de acordo com o Congresso em Foco, um deputado filiado “a um partido do centrão”, que não quis se identificar, afirmou que o impeachment está se disseminando em mensagens trocadas por parlamentares da direita à esquerda.

“Antes era uma abstração”, disse o deputado.  “Agora entrou no plano concreto das cogitações. Estou em grupos de colegas de todos os espectros ideológicos. Comenta-se impeachment agora sem constrangimento.”

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No abaixo-assinado pelo impeachment, os movimentos direitistas afirmam que o país está “diante de uma situação inaceitável, onde o presidente da República desrespeita a Constituição, comete crimes de responsabilidade, coloca em risco o Estado Democrático de Direito e, infelizmente, a vida de milhares de brasileiros”.

O documento acrescenta: “Mas existe um remédio para esse quadro e está previsto em Lei. É o impeachment do presidente da República”. As condições jurídicas “foram fornecidas pelas ações irresponsáveis do presidente Jair Bolsonaro”, avaliam MBL e aliados.