Contra covid

Infectologista pede "pacto" entre profissionais e população para aplicação da vacina

Segundo Gerson Salvador, vacinas aprovadas pela Anvisa não oferecem risco e devem ser imediatamente aplicadas

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Vacinação começou em 17 de janeiro no Brasil - Reprodução Twitter SMS

As vacinas aprovadas provisoriamente pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) até o momento – Coronavac, da Sinovac/Instituto Butantan e Covishield, da AstraZeneca/Fiocruz – são seguras e têm capacidade para diminuir o número de internações e mortes causadas pela covid-19, afirma o médico infectologista Gerson Salvador, especialista em saúde pública.

“Quanto mais pessoas estiverem imunizadas, menos o vírus vai circular. Isso também deve contribuir para a efetividade da vacina", ressalta Salvador.

Ele defende que se faça um pacto entre profissionais da saúde, pesquisadores e autoridades, com o objetivo de esclarecer e apoiar a população a se vacinar.

"Esse é um compromisso que temos que ter com a população: precisamos falar que elas são seguras e eficazes, sim, e vão diminuir a proporção de pessoas que vão precisar de atendimento médico mediante uma infecção pelo coronavírus, isso a gente pode afirmar com bastante segurança”, garante.

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O infectologista diz que, embora não tragam riscos, as vacinas ainda precisam de avaliação de efetividade após a aplicação em uma camada considerável de pessoas. Para isso, é preciso adesão da população em geral.

“Quando a gente fala de eficácia, falamos do quanto aquela vacina vai ser capaz de diminuir infecções sintomáticas. Vamos avaliar a efetividade no quanto essa vacina vai ser capaz de reduzir internações, mortes, quando estiveram amplamente disponíveis. A efetividade depende da adesão maciça”, afirma Salvador.

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Para ele, todos os brasileiros têm um “desafio gigantesco” para que o vírus deixe de circular frequentemente no país e o surto seja controlado.

“Temos que imunizar 210 milhões de pessoas, e é um desafio que está dado para a sociedade em geral, a saber das dificuldades geradas em diversos níveis, notadamente no governo, nas relações exteriores do próprio presidente da República e do Ministério da Saúde. Temos que fazer um pacto e procurar caminhos”, conclui.

Edição: Leandro Melito