ASSISTA

Recife celebra visibilidade trans nos palcos, com homenagem a Elizeth Cardoso

Espetáculo conta história do primeiro programa de samba transmitido pela TV Tupi e apresentado pela cantora carioca

Brasil de Fato | Recife (PE) |
A atriz Sharlene Esse encena Elizeth Cardoso, conhecida como “a divina” - Reprodução

Hoje, 29 de janeiro, o movimento LGBT brasileiro celebra o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Em Recife a data contou com a programação da 8ª Semana Nordestina da Visibilidade Trans. Nos últimos dias a capital pernambucana contou com atrações especiais, debates e a abertura da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (AMOTRANS), que levou suas artistas para o palco do Teatro do Parque, no centro da cidade, com a peça O Botequim de Elizeth Cardoso.

:: Receba notícias de Pernambuco no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Seguindo as recomendações sanitárias, o espetáculo fez parte da programação do festival Janeiro de Grandes Espetáculos de 2021 e conta a história do primeiro programa de samba transmitido pela TV Tupi e apresentado pela cantora Elizeth Cardoso, conhecida como “a divina”. 

Na peça uma das maiores artistas da música brasileira na década de 1960 é interpretada pela atriz Sharlene Esse.

Leia também: Solidariedade LGBT garante sobrevivência da população trans em meio à pandemia

"Para mim, ser convidada pela AMOTRANS, fazer essa personagem que é maravilhosa, que é a Elizeth, que eu fiz durante 6 anos para o programa César Alencar, e hoje estar fazendo um espetáculo que eu sou a protagonista é uma responsabilidade muito grande”, relata Sharlene.

No mês da luta e resistência trans, a apresentação dá visibilidade às artistas e também à luta de toda a população T. Em 2020, o Brasil liderou o ranking de país que mais mata travestis e transexuais no mundo pelo 13º ano consecutivo, atrás de México e Estados Unidos, segundo a ONG Transgender Europe (TGEU), que monitora 71 países. 

Segundo dados do relatório anual da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), foram 175 assassinatos de pessoas transexuais em ano passado, o que equivaleria a uma morte a cada 2 dias.

“Todo ano a AMOTRANS é protagonista de vários espetáculos, não é o primeiro ano. Então ela vem sempre proporcionando aos artistas de Recife e de Pernambuco participarem desses eventos. A oitava semana traz muita coisa, traz para a gente a possibilidade de traçar políticas públicas, não só do município do Recife, mas dentro do estado e país”, explica Fabianna Mello Oliveira, a homenageada da 8ª Semana Nordestina da Visibilidade Trans.

Contudo, não é possível atuar em papéis que não foram criados e ainda existe muito preconceito nesse meio, como aponta a integrante da AMOTRANS e atriz que interpreta Elza Soares, Tayná Lopes.

Realmente é difícil a população T conseguir um espaço de protagonismo nos espetáculos, nos musicais. Aí, tendo em vista isso tudo, a AMOTRANS teve essa iniciativa de criar um projeto artístico para acrescentar na semana da visibilidade”, comenta ela.

Para conhecer mais do trabalho da AMOTRANS, o contato pode ser feito através do instagram @amotrans _ pe.

 

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Monyse Ravena