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Paraná não tem vacinas suficientes para profissionais da educação

Curitiba e estado não incluem testagem em massa de professores e trabalhadores de escola em seus protocolos

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Mesmo que o Governo do Paraná decidisse “furar a fila” para imunizar os agora essenciais trabalhadores da educação, ainda assim faltaria a vacina. - Luiz Costa/SMCS

O Governo do Paraná encaminhou projeto de lei à Assembleia Legislativa tornando a educação atividade essencial quase um ano após o início da pandemia de Covid-19. O objetivo é garantir o retorno presencial das escolas públicas e privadas imediatamente. Contudo, a medida é omissa com relação a vacinação desses profissionais e a um plano de testagem em massa que possa prevenir casos de contaminação. Uma emenda parlamentar na Alep pretende priorizar a vacinação de professores e profissionais de educação. Por outro lado, a proposta esbarra justamente na falta de vacinas disponíveis.

O Plano Estadual de Imunização coloca os profissionais da educação apenas na 12a posição na lista dos grupos prioritários na vacinação, embora planeje expor esses trabalhadores ao contágio com o retorno das aulas. Ao definir os critérios da vacinação, por outro lado, o PNI estabelece como prioridade o “risco de exposição à doença e risco de transmissibilidade da doença”, características presentes na aglomeração que acontecerá nas escolas. 

As estimativas do Governo do Paraná é vacinar 210.897 trabalhadores educacionais e da Assistência Social (CRAS, CREAS, Casas / Unidades de Acolhimento). Antes deste grupo o governo precisa de pelo menos 3,1 milhões de doses para imunizar os outros grupos prioritários. À frente dos professores, trabalhadores de escola e administrativos têm pessoas acima de 60 anos, profissionais da saúde, indígenas, pessoas em situação de rua e com comorbidades. Segundo o Plano, “a população será vacinada de forma escalonada conforme a logística de distribuição adotada”.

Aí reside um dos maiores problemas. Mesmo que o Governo do Paraná decidisse “furar a fila” para imunizar os agora essenciais trabalhadores da educação, ainda assim faltaria a vacina. Nas estimativas da APP Sindicato, o estado possui 120 mil trabalhadores da educação apenas na rede pública. Segundo a Secretaria de Saúde, o Paraná atingiu na quarta-feira a marca de 163.106 pessoas vacinadas contra a Covid-19. O número representa 68,2% das 238.871 doses distribuídas até o momento pelo Governo do Estado aos 399 municípios paranaenses. Portanto, ainda restam 132.779 doses da vacina CoronaVac, produzida em parceria com o Instituto Butanta, que imunizaram aquelas pessoas que já receberam a primeira dose. Após isso, o estado aguarda um novo lote de vacinas que, segundo o Ministério da Saúde, será distribuído em fevereiro, mas sem data definida. 

Edição: Ana Carolina Caldas