Rio Grande do Sul

Precariedade

Somente metade das escolas estaduais gaúchas possuem esgoto sanitário

Análise do Dieese sobre dados do Censo Escolar 2020 aponta precariedade sanitária em escolas públicas do RS

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Mais de 300 escolas estaduais do RS não possuem banheiro
Mais de 300 escolas estaduais do RS não possuem banheiro - App Sindicato

De acordo com análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse), das 2.410 escolas da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul, somente 26,2% fornecem água potável para o consumo humano e 328 sequer possuem banheiro em suas dependências. A análise foi feita com base nos dados do Censo Escolar 2020

A análise destaca que 86,3% das escolas contam com abastecimento da rede pública, mas que não há garantias de que a água seja apropriada ao consumo humano. “Essas canalizações podem estar sujas ou oxidadas e com isso contaminar a água. Não são raras notícias na impressa alertando sobre vazamento de esgotos que ocorrem e podem contaminar a água de abastecimento. É certo, portanto, que o tratamento e distribuição proveniente do abastecimento público não é garantia de água potável”, destaca. 

Além disso, pontua a instituição, 10 (0,41%) escolas estaduais (a maioria no ensino fundamental) informaram que não contam com abastecimento de água. Segundo o Diesse, o esgotamento sanitário chega a apenas 54,8% das escolas e 69,8% das instituições não possuem banheiro adaptado ao uso de alunos(as) com deficiência ou mobilidade reduzida.

Para o CPERS - Sindicato, além de jogarem luz sobre a dimensão do descaso do estado com a educação pública, as informações ganham relevância com a retomada do debate sobre as aulas presenciais em meio à pandemia.

“O CPERS apresenta estes números na expectativa de que sejam considerados no debate sobre a retomada das aulas presenciais, contaminado por chavões vazios como a suposta preocupação em 'combater a desigualdade' entre as redes pública e privada”, afirma o Sindicato.

Conforme avalia o CPERS, uma política real de redução das desigualdades passa por investimentos consistentes na manutenção e qualificação dos equipamentos públicos que compõem a rede. Além disso, na valorização dos educadores e educadoras, que, como recorda o sindicato, amargam perdas salariais que corroeram 40% do poder de compra da categoria em seis anos. 

“O Sindicato apela aos integrantes do Gabinete de Crise que tenham o bom senso de rejeitar a proposta do Sinepe/RS e pleiteiem junto ao governo melhores condições para um retorno seguro: priorizar a vacinação de educadores(as) e prover EPIs, recursos humanos e financeiros e testagem em massa a toda a comunidade”, finaliza.


Estrutura Sanitária das escolas da rede estadual gaúcha, 2020 / DIESSE

Dados analisados:

• Somente 54,77% das escolas contam com esgoto sanitário.
• 13,65% das escolas indicaram que não, possuem nas suas dependências físicas existentes e utilizadas na escola, banheiro.
• 89,96% das escolas não possuem banheiro de uso exclusivo dos educadores (corpo funcional)
• 69,83% das escolas não possuem em suas dependências existentes na escola, banheiro adequado ao uso dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.

* Com informações do CPERS- Sindicato 


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Edição: Marcelo Ferreira