De acordo com análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse), das 2.410 escolas da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul, somente 26,2% fornecem água potável para o consumo humano e 328 sequer possuem banheiro em suas dependências. A análise foi feita com base nos dados do Censo Escolar 2020.
A análise destaca que 86,3% das escolas contam com abastecimento da rede pública, mas que não há garantias de que a água seja apropriada ao consumo humano. “Essas canalizações podem estar sujas ou oxidadas e com isso contaminar a água. Não são raras notícias na impressa alertando sobre vazamento de esgotos que ocorrem e podem contaminar a água de abastecimento. É certo, portanto, que o tratamento e distribuição proveniente do abastecimento público não é garantia de água potável”, destaca.
Além disso, pontua a instituição, 10 (0,41%) escolas estaduais (a maioria no ensino fundamental) informaram que não contam com abastecimento de água. Segundo o Diesse, o esgotamento sanitário chega a apenas 54,8% das escolas e 69,8% das instituições não possuem banheiro adaptado ao uso de alunos(as) com deficiência ou mobilidade reduzida.
Para o CPERS - Sindicato, além de jogarem luz sobre a dimensão do descaso do estado com a educação pública, as informações ganham relevância com a retomada do debate sobre as aulas presenciais em meio à pandemia.
“O CPERS apresenta estes números na expectativa de que sejam considerados no debate sobre a retomada das aulas presenciais, contaminado por chavões vazios como a suposta preocupação em 'combater a desigualdade' entre as redes pública e privada”, afirma o Sindicato.
Conforme avalia o CPERS, uma política real de redução das desigualdades passa por investimentos consistentes na manutenção e qualificação dos equipamentos públicos que compõem a rede. Além disso, na valorização dos educadores e educadoras, que, como recorda o sindicato, amargam perdas salariais que corroeram 40% do poder de compra da categoria em seis anos.
“O Sindicato apela aos integrantes do Gabinete de Crise que tenham o bom senso de rejeitar a proposta do Sinepe/RS e pleiteiem junto ao governo melhores condições para um retorno seguro: priorizar a vacinação de educadores(as) e prover EPIs, recursos humanos e financeiros e testagem em massa a toda a comunidade”, finaliza.
Dados analisados:
• Somente 54,77% das escolas contam com esgoto sanitário.
• 13,65% das escolas indicaram que não, possuem nas suas dependências físicas existentes e utilizadas na escola, banheiro.
• 89,96% das escolas não possuem banheiro de uso exclusivo dos educadores (corpo funcional)
• 69,83% das escolas não possuem em suas dependências existentes na escola, banheiro adequado ao uso dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.
* Com informações do CPERS- Sindicato
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Edição: Marcelo Ferreira