Novo guru

Ex-presidente que confiscou poupanças, Collor dá conselhos de economia a Bolsonaro

O senador participou de reunião do presidente com Paulo Guedes; Bolsonaro diz que acolheu sugestões

|
bolsonaro e collor
O ex-presidente Fernando Collor (PROS-AL) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro tem agora um novo “assessor” para assuntos econômicos: o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (Pros-AL).

Continua após publicidade

Durante o lançamento do portal portal Participa + Brasil nesta segunda-feira (8), no Palácio do Planalto, Bolsonaro revelou que Collor participou de uma reunião do Ministério da Economia para discutir a questão do aumento do preço dos combustíveis.

Segundo o presidente, o senador apresentou sugestões que foram “acolhidas” pelo governo.

“Hoje, estávamos reunidos com a equipe econômica do Paulo Guedes, vendo a questão do impacto desse novo reajuste do combustível, ao qual nós não temos como interferir e não pensamos em interferir na Petrobras, e apareceu o senhor Fernando Collor, ali, para tratar de um outro assunto, em um outro local, convidamos (ele) para a reunião. Ele participou de grande parte da mesma. E nos deu sugestões, sugestões bem-vindas e acolhidas por nós. E dessa forma, vamos governando”, disse Bolsonaro.

Collor, além da reunião do governo, esteve presente no evento de lançamento do portal Participa + Brasil no Planalto e posou para fotos com o residente. Ele ficou sentado, durante a cerimônia, ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão.

“Pessoal, nesta segunda participei, no Palácio do Planalto, do lançamento do Portal Participa + Brasil. Parabenizo o presidente Bolsonaro e o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, pela iniciativa”, escreveu o senador pelo Twitter.


Bolsonaro, Collor e Mourão no lançamento da plataforma Participa + Brasil / Ropdrodução/Allan Santos/PR

Aumento dos preços

Como quase todas as semanas deste ano, a Petrobras anunciou na segunda-feira (8) um reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias, para as distribuidoras. E vai ser em dose tripla: gasolina, óleo diesel e gás de cozinha, o GLP. Os novos preços entraram em vigor na terça-feira (9).

No caso da gasolina, o aumento será de 8%. Com isso, o preço médio do litro do combustível subiu R$ 0,17 e passará a ser de R$ 2,25.

Já o óleo diesel vai aumentar 6% (R$ 0,13 por litro) e passará a custar R$ 2,24.

Além dos combustíveis, os aumentos chegarão desta vez também ao GLP (gás liquefeito de petróleo), o popular gás de cozinha. O reajuste será de 5% (R$ 0,14 por kg), elevando o preço do botijão de 13 kg, mais comum nas residências, para R$ 37,79 – claro, isso para as distribuidoras.

A justificativa da Petrobras para o novo reajuste é a de sempre: alta do dólar e do preço do petróleo no mercado internacional. “Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor dos produtos no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, disse em nota a estatal.

O comunicado faz coro ao novo mantra do presidente Jair Bolsonaro, que tem tentado se eximir de responsabilidade no caso do preço dos combustíveis, repassando-a aos estados.