Europa

Justiça da Espanha condena rapper catalão a mais dois anos de prisão

Sentença se soma aos nove meses de prisão decretados a Pablo Hásel por críticas à monarquia e à polícia espanhola

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Sentença se soma aos nove meses de prisão decretados a Pablo Hásel por críticas à monarquia e à polícia espanhola - Fotos Públicas

A Justiça da Espanha decretou nessa quinta-feira (18) uma nova sentença de dois anos e meio de prisão contra o rapper catalão Pablo Hasél por uma suposta ameaça contra uma testemunha. 

A sentença ocorre após dois dias de intensos protestos desencadeados em todo o país, principalmente nas cidades de Barcelona e Madri, contra a prisão do artista. Hasél foi detido na última terça-feira (16) e sua primeira sentença era de nove meses de prisão por escrever canções contra a monarquia e a polícia espanhola.

O rapper já enfrentou outros processos judiciais enquadrados na chamada "lei da mordaça", que proíbe críticas à monarquia e à Igreja Católica.

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A sentença desta quinta diz respeito ao ano de 2017 quando, segundo a Justiça, Hasél teria ameaçado e tentado agredir uma testemunha durante um de seus julgamentos.

Esta nova condenação, que ainda está sujeita a recurso no Supremo Tribunal da Espanha, se soma aos nove meses de prisão caso o tribunal de Lleida decida que Hasél deve cumpri-la sem esperar que seja finalizada.

Manifestação

Os protestos contra a prisão de Hasél seguem pelo terceiro dia consecutivo. Em Barcelona, cerca de 500 pessoas se reuniram em frente à Secretaria do Interior, que estava cercada por policiais. 

Manifestações também foram vistas em Valência, Sabadell e em Tarragona. Os protestos também criticam a repressão policial contra os manifestantes.

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De acordo com o jornal El País, 51 pessoas foram presas durante os três dias de manifestações e 55 precisaram de atendimento médico, sendo o caso mais grave de uma menina de 19 anos que perdeu a visão de um olho. O caso está sendo investigado. 

A condenação do artista causou clamor na sociedade espanhola e fez com que governo falasse em mudanças na chamada "lei da mordaça", que proíbe críticas à monarquia e à Igreja Católica.

*Com informações da Telesur.