Não adianta trocar o presidente e não trocar a política de preços. Essa é a percepção que vai se construindo após o sexto aumento do diesel (5,5%agora ) e gasolina (8,8%) autorizado pela Petrobras e o segundo desde que o presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca na presidência. Segundo a empresa, o aumento se deve ao “alinhamento dos preços ao mercado internacional [que] é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”.
Com o novo aumento, o questionamento que surge é: a Petrobras sofre intervenção do mercado financeiro que define a política de ganhos? Para o Dieese, “o brasileiro passou a conviver com instabilidade e escalada nos preços desses derivados, resultado da decisão da gestão da Petrobras em acompanhar a variação do preço internacional do barril de petróleo e a variação do câmbio nos preços praticados nas refinarias da petrolífera”.
Este é o ponto central a ser debatido e que está na nota técnica “O necessário debate sobre os preços dos combustíveis no Brasil”. Para o Dieese, a Petrobras poderia recuar da política de paridade internacional nos preços dos derivados e levar em consideração outros fatores, como a produção de petróleo e refino no país.