Equador e Argentina

Equador irá rever relações diplomáticas com Argentina após críticas de Fernández

A decisão do país andino vem após declarações feitas pelo mandatário argentino

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O presidente argentino Alberto Fernández sobrevoa Buenos Aires após tomar medidas contra pandemia - Foto: Maria Rugenia Cerutti / AFP

O Ministério de Relações Exteriores e Mobilidade Humana do Equador anunciou na quarta-feira (10) que convocou o embaixador do país na Argentina, Juan José Vasconez, para fazer uma revisão das relações diplomáticas entre os países devido às declarações feitas pelo presidente argentino, Alberto Fernández, contra o mandatário do país andino Lenín Moreno.

“O governo nacional decidiu chamar o embaixador do Equador na Argentina, Juan José Vásconez, para consultas, com o objetivo de proceder a uma análise exaustiva das relações do Equador com o governo do presidente Alberto Fernández e fazer as orientações correspondentes”, diz a declaração da Chancelaria equatoriana.

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O motivo foram as declarações de Fernández, que em entrevista a uma mídia local, esclareceu que apesar das diferenças existentes com a vice-presidente Cristina Fernández, ele não iria romper os laços com ela porque não era um "Lenín Moreno". "Quem imaginou isso não me conhece”, afirmou Fernández.

Moreno, cujo mandato terminará em 24 de maio, chegou ao poder respaldado pelo ex-presidente Rafael Correa, um aliado de Kirchner, para quem ele serviu como vice-presidente durante dois mandatos. No entanto, as relações entre os dois militantes do mesmo partido se romperam assim que Moreno tomou o poder.

Desde então, o ex-mandatário o considera um "traidor".

Além disso, Moreno deu uma volta de 360 graus ao modelo de toque progressista levado La cabo nos últimos 14 anos durante o mandato de Correa, caracterizando-se por uma administração marcada por controvérsias, novos acordos comerciais e alianças com o setor privado que acentuaram um claro distanciamento do projeto da chamada Revolução Cidadã.

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"Cheguei aqui com Cristina, com Maximo Kirchner, Sergio Messa e muitos outros e não vou romper com essa unidade (...) quando essa unidade foi rompida veio Macri e nós sabemos o que aconteceu", disse Fernández, durante a entrevista ao canal argentino CN5.

“Posso ter divergências com a Cristina. Temos opiniões diferentes sobre algumas coisas, mas aqui cheguei com a Cristina e daqui vou sair com a Cristina”, acrescentou.

"O governo equatoriano não aceita que sejam feitas comparações insultuosas com o presidente da República do Equador", diz o pronunciamento da Chancelaria equatoriana, que rejeita a declaração feita por Fernández.

Edição: Leandro Melito