Fritura na Saúde

Pazuello confirma que presidência quer substituí-lo e diz que aguarda definição

"Eu não vou pedir pra ir embora, não é da minha característica", disse o ministro em coletiva de imprensa

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Paciente chega de ambulância para internação em hospital de Brasília. Falta de leitos é realidade em todo o país. - Evaristo Sa/AFP

O ministro da Saúde, general do Exército Eduardo Pazuello, confirmou nesta segunda-feira (15) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estuda substituir o comando da pasta. A fritura do general ocorre em meio à mais grave crise de saúde pública que o país enfrenta desde o início da pandemia.

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Em coletiva de imprensa, o ministro fez um balanço das ações contra a covid-19 e da vacinação no Brasil sob sua gestão, mas não trouxe qualquer medida nova. Ele também não anunciou qualquer plano nacional de incentivo ao isolamento para controle da propagação do vírus.

"Ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia, sim. Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal" afirmou o general da ativa.

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Ele reforçou ainda que não pediu e nem pedirá para deixar o cargo. "Eu não estou doente. Eu não pedi para sair. Nós estamos trabalhando focados na missão. Quando o presidente tomar a sua decisão, faremos uma transição correta, como manda o figurino", enfatizou.

Vacinas

Durante a entrevista, Pazuello afirmou que o governo fechou acordo para compra de 100 milhões de vacinas produzidas pela Pfizer/BioNTech e 38 milhões fabricadas pela Janssen. 

Ainda segundo o ministro, há 562,9 milhões de doses já contratadas e com entregas previstas para este ano. Até agora, o Brasil distribuiu pouco mais de 21 milhões de doses. A previsão era chegar a 38 milhões até março, o que não deve se concretizar. 

Números diários

Nesta segunda-feira (15), o Brasil registrou 36.239 novos casos de covid-19, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Ao todo, 11.519.609 pessoas já foram contaminadas pelo coronavírus no país

Somente nas últimas 24 horas, houve a confirmação de 1.057 casos fatais e o total de mortes chegou a 279.286. A média móvel de mortes, calculada a partir dos registros dos últimos sete dias, alcançou 1.841. O patamar vem batendo recordes seguidos há quase um mês. 

Saiba o que é o novo coronavírus

É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.

Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”. 

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

 

Edição: Vinícius Segalla