Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Cidades

UBERLÂNDIA

Artigo | A militarização das escolas públicas não é o caminho

É a educação pública, gratuita, laica, democrática, inclusiva e de qualidade que oferece formação para os sujeitos

24.mar.2021 às 15h10
Uberlândia
Dandara Tonantzin

ESCOLA MUNICIPAL HILDA LEÃO CARNEIRO - Crédito da foto: Prefeitura de Uberlândia

A educação de qualidade, que fomenta a humanização de cada pessoa, é capaz de transformar vidas. Muito além de um espaço para aprender a ler e escrever, uma escola deve ser lugar de liberdade, de livre expressão, que instigue a criatividade, a autoria, a produção de conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos, o senso crítico e a convivência humana solidária.

A escola é o lugar onde nossas crianças, adolescentes, adultos/as e idosos/as podem sonhar, desenhar, falar ou escrever sobre a construção de uma nação justa, autônoma e com desenvolvimento socioambiental.

Portanto, a escola não pode ser local de silenciamento. Não por acaso, nosso patrono da educação, Paulo Freire, educador celebrado mundialmente, afirmava que o ensino precisa ser emancipatório: “a escola não transforma a realidade, mas pode ajudar a formar os sujeitos capazes de fazer a transformação da sociedade, do mundo, de si mesmos”.

Nós, educadores/as, acreditamos que o ensino, antes de tudo, é um ato de amor e respeito aos saberes e às culturas produzidas por diferentes sujeitos ou grupos sociais, estruturado pelo diálogo.

Mas essa educação que batalhamos para construir, e que está ancorada na legislação vigente, nas experiências dos/as profissionais e nos resultados de pesquisas desenvolvidas por pesquisadores/as da área, está em risco.

Na semana passada, trabalhadores/as da Escola Municipal Hilda Leão Carneiro, localizada no bairro Morumbi, em Uberlândia, denunciaram a decisão da prefeitura de transformar a escola em uma unidade cívico-militar. Do dia para a noite, literalmente, a comunidade escolar foi informada da mudança e receberam uma cartilha recheada de normas e condutas do novo modelo escolar.

Trabalhadores/as começaram a ser afastados/as para que militares da reserva pudessem ser contratados/as. Mal completamos um mês desde a vinda do presidente à Uberlândia e uma série de medidas de censura e militarização foram colocadas em prática. Começou com as intimidações de pessoas contrárias ao presidente nas redes sociais até a implementação de um aparato militar na periferia, que é a escola cívico-militar.

Impor a “pedagogia dos quartéis” nas escolas não é solução para os problemas da educação pública. Em primeiro lugar, a implementação desse modelo fere as diretrizes do Plano Municipal da Educação, que estabelece que haja democratização dos processos educativos e da gestão escolar, bem como a autonomia intelectual dos/as alunos/as. Além disso, colocar militares da reserva como monitores/as didáticos-pedagógicos, educacionais e administrativos sem formação adequada na área vai ao contrário do que está citado no Plano Municipal da Educação, que orienta a criação de planos de cargos e carreiras que valorizem, estimulem a permanência, e formem continuamente os/as trabalhadores/as da área.

Ou seja, profissionais com formação inicial e continuada em educação, terão militares, leigos em pedagogia, como monitores do seu trabalho. Vale ressaltar que o aporte financeiro destinado para a implementação dessa escola é voltado para contratação de militares, não para aumentar a remuneração de professores/as.

O argumento usado por defensores/as da escola militar, de que a disciplina resolveria a violência no âmbito escolar, é raso. A violência que se reproduz em escolas faz parte de um contexto social de desigualdade e exaltação da violência, vide o entusiasmo do próprio presidente com a liberação de armas. Não podemos imaginar que a escola por si só resolva um problema decorrente do sistema vigente.

A lógica do controle e restrições das liberdades de expressões de alunos/as e professores/as vai ao contrário do expresso nos princípios orientadores da rede municipal de ensino, que visam uma formação humana para a cidadania, a autonomia, a criticidade, a reflexão, o desenvolvimento de potencialidades e da criatividade.

Prefeitura de Uberlândia decidiu transformar uma escola em uma unidade cívico-militar

Para constar: disciplina não é sinônimo de silenciamento. Regras como corte de cabelo padrão, proibição de adereços, ou impedimento de manifestações políticas, só corroboram para uma padronização estética e censura. E são normas recorrentes, ao ponto do Ministério Público Federal da Bahia em 2019 determinar que as escolas cívico-militares estaduais não interferissem na vida privada dos/as alunos/as.

Ainda assim, muitos acreditam que a escola cívico-militar é o melhor modelo educacional baseado nos índices de aprovações e notas, sem a compreensão do por que desses resultados. Esse resultado, observado principalmente em escolas goianas, não leva em consideração que há reserva de vagas para filhos de militares e que são cobradas taxas “voluntárias” para uniformes e manutenção dos colégios. Tampouco os processos de exclusão no momento de destinação de vagas.

Escola cívico-militar, na prática, é elitizada e usa condição econômica como critério de seleção

Ou seja, o que ocorre na prática é a criação de uma escola pública elitizada, em que a condição profissional e econômicas das famílias são critérios de seleção. Na cartilha da escola-cívico militar é expresso que alunos com “maus” comportamentos sejam transferidos, logo, crianças e adolescentes que não se adequem às normas são excluídos da escola, o que é uma atitude que fere diretamente sua autoestima e diverge das bases da educação nacional, Lei nº 9.394, que prevê “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”.

Por essa série de problemáticas, concluímos que a militarização das escolas não é o caminho. É a educação pública, gratuita, laica, democrática, inclusiva e de qualidade social que oferece formação ampliada para os sujeitos que vão transformar nossa realidade, por isso não abrimos mão do ensino crítico, criativo e emancipatório.

O ensino militar vai na contramão do que significa a educação transformadora de mentes e corações. E neste cenário de tanta dor, morte, é a esperança de que juntos e juntas vamos construir um amanhã melhor que nos move. E esse novo amanhã começa dentro de uma escola que humaniza e rejeita as violências como estratégias pedagógicas.

Dandara Tonantzin é pedagoga, mestranda em educação pela UFMG e vereadora em Uberlândia.

Editado por: Larissa Costa
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

NÃO PODE MENTIR

Justiça Eleitoral cassa mandato do vereador de São Paulo Rubinho Nunes por divulgar laudo falso contra Boulos

MEMÓRIA

Mais um bom combatente, que deixa muitas saudades

Ameaça ambiental

Atos contra PL da Devastação acontecem neste domingo (1º) em todo o Brasil

Agenda

Confira a programação cultural do DF neste fim de semana

REGENERAÇÃO

Recuperar e melhorar o solo pelo uso é vocação dos sistemas agroflorestais

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.