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OPINIÃO

Com o rosto encharcado e a alma repleta de sonhos

Em tempo, foi provado que os verdugos de Lula são os verdadeiros canalhas dessa história.

24.mar.2021 às 09h28
João Pessoa - PB
Jonas Duarte

Lula livre - Ricardo Stuckert

Quando, em 2005, se iniciaram as acusações contra Zé Dirceu e o "Mensalão", tive a oportunidade de me posicionar firmemente contra aquela armação. 

Na ocasião, fui eu quem foi julgado. É assim mesmo. Pessoas de esquerda, sérias, honestas, caíram na armadilha. 

De repente, eu, um crítico do governo petista, que brandia contra a reforma previdenciária de Lula e sua política econômica de favorecimento ao capital, que denunciava que, na essência, o governo Lula não mudara nada de FHC, saí em defesa do PT, de Zé Dirceu. Afirmava, na ocasião, que o "Mensalão" era uma tentativa de emparedar Lula, ajoelhar seu governo e continuar a opressão ao povo brasileiro. 

As pessoas de esquerda mais próximas a mim me julgaram. Alguns me "xingaram" de petista. 

A eleição de 2006 foi, para mim, duríssima. Os grupos políticos mais próximos, com quem mais eu tinha diálogo, votaram em Heloísa Helena. Essa virou símbolo de uma esquerda pura, honesta. Contra um PT e um Lula que teriam traído a esquerda e se corrompido.

Fiz mais campanha para Lula, mais convicto, em 2006 do que em 2002, quando já votara nele desde o primeiro turno. Seguia minha intuição, mas também um roteiro de conhecimento que tínhamos da história do Brasil. 

É comum no Brasil. Governos e lideranças políticas que fazem algo em defesa desse país e do seu povo serem acusados de corruptos, de populistas. Vide Getúlio, Jango ou o próprio Juscelino Kubitschek.

O ódio das elites desse país a Leonel Brizola, a quem difamaram dizendo ser ligado a traficantes, ao crime organizado, difundiu toda sorte de mentiras e acusações contra o líder gaúcho. Até colá-lo a Fernando Collor, para desqualificar sua lealdade aos interesses nacionais, fizeram. Brizola, personalista, que nunca organizou um partido com substância ideológica para além dele, foi abatido politicamente. 

Agora, a mesma direita, os mesmos poderosos com os mesmos métodos procuravam abater Lula. Por quê? Por que, se Lula, na essência, mantinha a política econômica neoliberal nefasta?

Elementar, meus caros. Lula não era eles. Lula não era um deles. Não nascera na "Casa Grande". Lula veio de baixo. Filho do Nordeste, de retirantes, e produto das lutas operárias. 

E, concretamente, Lula dava sinais que não seria o mesmo do mesmo.

Quando, em maio de 2005, Lula comentou algo de que poderia não firmar o acordo da ALCA, definido por FHC numa lógica de destruição da indústria nacional em benefício dos interesses estadunidenses, as classes dominantes nacionais, entreguistas de sempre, mobilizaram todas as suas forças para submetê-lo. 

A Ação Penal 170 nasce nesse ambiente. É a velha tática dos poderosos.

A resposta do voto popular no 2° turno, na eleição de 2006, foi espetacular. Geraldo Alckmin teve menos votos nele do que no primeiro. As burradas de marketing orientaram Lula a não participar dos debates no 1° turno, fato que levou a eleição ao 2° turno.

Para mim, a condenação de Zé Dirceu por uma inovação jurídica, o "Domínio do Fato", foi tão explicitamente política que exigiu intenso esforço midiático para construir uma imagem de Zé Dirceu bandido, monstro.

Mas os governos petistas, a partir de 2007, com os PAC's (Programas de Aceleração do Crescimento) e as políticas desenvolvimentistas, se afastam do tal "liberalismo social" e caminham para um nacional-desenvolvimentismo.

Quem bebeu na fonte de Florestan Fernandes e de suas teorias sobre o Capitalismo Dependente Latino-americano sabia que esse caminho, por mais moderado que fosse, enfrentaria a resistência poderosa, covarde e violenta daquilo que o professor Florestan denominou de "Imperialismo Total".

O Imperialismo Total é a dominação econômica, política, social e cultural realizada pelos Estados Unidos com a participação ativa das burguesias locais latino-americanas.

Em outras palavras, Florestan Fernandes detecta na formação histórico-social latino-americana e, portanto, brasileira, o surgimento de classes sociais internas dominantes absolutamente subservientes aos interesses dos EUA. Isso, a partir da 2° Guerra. Essa subserviência se dá, inclusive, no plano militar.

Pois bem. Esses setores, aqui em terra brasilis, muito bem postados no judiciário, no Congresso e na mídia, trabalhariam para derrotar, mais uma vez, o embrião de nacional-desenvolvimentismo proposto por Lula-Dilma e o PT.

Ora, em seus governos, o PT tinha se envolvido exatamente com esses setores subservientes ao capital internacional. De certa forma, as classes trabalhadoras e os setores produtivos "nacionais" não foram preparados para os embates. 

Ao contrário. A política de conciliação nacional petista imobilizava as classes trabalhadoras e as faziam acreditar que estavam todos do mesmo lado. Ledo engano. Terrível engano. 

Com a agudização da crise geral do capitalismo, esses setores absolutamente subservientes ao "Imperialismo Total" deram o golpe. Derrubaram Dilma Rousseff e passaram à campanha pela destruição do Partido dos Trabalhadores a partir de sua cabeça, Lula.

A caçada a Lula foi impressionante. O Lula, que tanto os agradou, que se esforçou e lutou por esses capitalistas doentiamente subservientes, recebeu deles o ódio, a violência, o ataque. E, logicamente, com todo o requinte de covardia possível. Mentiras, difamação e todo o aparato jurídico contra. 

Lula, um “cabeça-chata”, “nove-dedos”, só tinha a seu lado a honra e a dignidade dos inocentes. Enfrentou com altivez e coragem tudo que armaram contra ele.

Uma das maiores ignomínias jurídicas de nossa história. A condenação de Lula retroage o Brasil a 1936, quando, covardemente, os verdugos do STF entregaram, ilegalmente, Olga Benário Prestes à Alemanha de Hitler. 

Guardando as devidas proporções, a condenação absolutamente ridícula de Lula sem nada, absolutamente nada que cheirasse a crime, e a campanha midiática hedionda para a construção de uma narrativa de criminalização do PT e da política lembraram os piores momentos do Fascismo. 

Pois bem. Na luta por justiça fomos isolados, ridicularizados, confundidos…

Mas estou de peito lavado. Em tempo, foi provado que os verdugos de Lula são os verdadeiros canalhas. Canalhas dessa história. 

Lula sai maior do que entrou nela. Espero que tenha aprendido em quem confiar e quem juntar para as próximas batalhas, que serão enormes.

Vamos à luta que a estrada é longa.
 

*Jonas Duarte é professor do Departamento de História – CCHLA/UFPB. Pesquisador Visitante no INSA – Instituto Nacional do Semiárido

Editado por: Cida Alves
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