No auge da covid

Famílias criam movimento para pressionar Doria contra aulas presenciais na pandemia

Governador determinou que educação é “atividade essencial”; “Ignora o pior momento da crise sanitária”, reclama mãe

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
"Em um cenário como esse, é um escárnio com a população priorizar a abertura de qualquer atividade", criticam pais e tutores de alunos - Arquivo / Agência Brasil

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), publicou no Diário Oficial um novo decreto, no último sábado (27), que reconhece as escolas, públicas e privadas, como atividade essencial que devem, portanto, ser mantidas abertas e em funcionamento. Pais, mães e tutores criticaram a normativa do tucano e pediram que as aulas sejam interrompidas.

“Questionamos como os debates são feitos, sem ouvir pais e mães de escola pública, só se dá ouvidos aos que estão com seus filhos na rede privada. Nesse momento, somos contra o decreto do Doria, pois entendemos que os dados (de morte) sobem em São Paulo e que pouco mais de 2% dos paulistas estão vacinados. Esse decreto ignora o pior momento da pandemia. É necessário um lockdown neste momento”, afirma Luka Franca, jornalista, integrante do Movimento Famílias pela Vida e mãe de uma aluna da rede pública de São Paulo.

O movimento divulgou um documento em que cobra o governo paulista. “Neste momento, o Brasil enfrenta sua pior fase na pandemia. Ontem (26/03) foram registradas 3.650 mortes por covid-19, 1.193 apenas no estado de São Paulo. Em um cenário como esse, é um escárnio com a população priorizar a abertura de qualquer atividade. O momento exige medidas drásticas para a redução da circulação de pessoas.”

:: Artigo: Com volta às aulas, Doria e Rossieli insistem em nos expor à morte diariamente ::

O decreto de Doria determina que, independente da fase e do estágio da pandemia, as escolas seguirão funcionando com aulas presenciais. As unidades de ensino estavam fechadas desde o dia 23 de março.

O Movimento Famílias pela Vida fez algumas exigências ao governo paulista: Educação remota; Internet para todos os alunos; auxílio emergencial que garanta dignidade a população; aumento da testagem; lockdown efetivo; e esforços para aquisição de vacinas no mercado internacional.

Após o aumento no número de professores contaminados, registrado após a volta às aulas, o governo de São Paulo anunciou, no dia 24 de março, que os profissionais da Educação, assim como da segurança pública, serão vacinados a partir de abril.

Os professores, diretores de escola, inspetores e trabalhadores da limpeza com mais de 47 anos devem receber a primeira dose do imunizante a partir do dia 12 de abril. Ao todo, entre docentes e profissionais da segurança pública, 530 mil pessoas devem ser vacinadas no primeiro momento.

Edição: Vinícius Segalla