11 de abril

Presidente do Chile propõe adiamento de eleição constituinte

Oposição criticou gestão de Piñera na pandemia e classificou governo como "absoluto fracasso"

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Reforma da Constituição é resultado dos protestos de 2019, durante mandato de Sebastián Piñera - Reprodução/Twitter Sebastian Piñera

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou o envio ao Congresso de um projeto para adiar em cinco semanas a eleição para a assembleia constituinte que vai reescrever a Carta Magna do país. O pleito tem previsão de ser realizado paralelamente às eleições municipais e regionais e está marcado para 10 e 11 de abril, porém o governo quer alterar a data para 15 e 16 de maio devido ao crescimento nos novos casos de covid-19.

Já o segundo turno das eleições para governador, previsto para 9 de maio, aconteceria em 4 de julho, junto com as primárias presidenciais. "Foi uma decisão muito difícil, mas devemos tomá-la e temos plena convicção de que é o melhor para o Chile e os chilenos", disse Piñera neste domingo (28).

Pelo Twitter, o prefeito de Recoleta e membro do Partido Comunista, Daniel Jadue, tido como um dos favoritos para as eleições presidenciais no país, criticou a gestão de Piñera na pandemia e classificou o governo do direitista como "o pior da história". 

"O absoluto fracasso do governo na pandemia obriga a adiar as eleições. É o resultado da permissão para férias, da normalização forçada, do retorno às aulas e da falta de apoio às famílias", disse Jadue.

Segundo Piñera, o aumento dos casos elevou também o número de pacientes hospitalizados, "o que exigiu o máximo das equipes médicas e da capacidade do sistema de saúde".

Além disso, o presidente alegou que a pandemia pode desestimular a participação na eleição constituinte - cerca de 90% da população nacional está em regime de quarentena para frear os contágios.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, o país sul-americano vem registrando uma tendência de alta nos novos casos de covid-19 desde a segunda metade de fevereiro, embora as mortes venham se mantendo em um patamar estável de pouco mais de 100 por dia.

Até o momento, o Chile já vacinou parcialmente 33,4% de sua população, sendo que 17,1% das pessoas já tomaram as duas doses. Ainda assim, o governo teme a difusão de variantes do Sars-CoV-2. 

A reforma da Constituição chilena é resultado das manifestações populares de outubro de 2019, que tiveram como estopim um aumento no preço das passagens de metrô na capital Santiago. A atual Carta Magna do país é uma herança da ditadura militar de Augusto Pinochet, nos anos 1980.

*Com informações da ANSA.