Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Caserna

Artigo | Desmilitarizar o Brasil, por Frei Betto

A militarização de corações e mentes torna o outro invisível e desprezível, o que justifica a violência

06.abr.2021 às 16h01
São Paulo (SP)
Frei Betto

Bolsonaro e militares - Marcos Corrêa/PR

O governo BolsoNero é um cabide de empregos para militares, com destaque para vários ministros, o vice-presidente e o próprio presidente, embora este tenha saído corrido das fileiras do Exército há mais de trinta anos.

Os números variam, mas sempre apontam mais de 6 mil militares nomeados pelo Executivo Federal, além de ocuparem 30% dos cargos em empresas públicas, como o novo presidente da Petrobras. Seria esse um governo militar ou um governo dos militares?

A militarização da sociedade é o que permite a naturalização do militar, da guerra e das armas como alternativas à resolução de conflitos.

A militarização, entretanto, não tem relação apenas com o número de fardados no governo. Trata-se de um processo em que valores, modos de vida, princípios e normas que orientam o mundo militar são transferidos para a administração pública, militarizando o Estado. Tão problemático quanto quem faz, é o como faz e por que faz.

O que significa militarizar a sociedade? A guerra como opção social e política não é algo inerente ao ser humano. A militarização da sociedade é o que permite a naturalização do militar, da guerra e das armas como alternativas à resolução de conflitos, seja no âmbito doméstico, seja na geopolítica internacional.

Leia também: Há 1 ano, estudo do Exército pedia lockdown; link sumiu e governo ignorou sugestões

Ora, sem a militarização as divergências não desapareceriam, mas a opção pela violência armada como forma de resolvê-las seria considerada repugnante e injusta.

A ditadura implantada em 1964 aprofundou a militarização da sociedade brasileira. Setores de igrejas apoiaram e tiveram importante papel nesse processo, evocando o “Deus dos exércitos, Senhor da guerra”… 

Baseados nessa leitura, valores militarizados se expandiram na sociedade, como a ideia de que vivemos dentro de marcos hierárquicos, e devemos conformar-nos com o lugar que ocupamos na hierarquia social: pobre (resignado), classe média (remediado), rico (desculpabilizado). É a legitimação da desigualdade social, ainda que flagrantemente injusta.

A militarização de corações e mentes torna o outro invisível e desprezível, o que justifica a violência.

Outro “valor” é obedecer aos superiores (civis, religiosos etc.), sem divergir quanto às normas e regras adotadas. É a ideia de que as coisas sempre foram assim, e assim devem continuar. Em um mundo hostil é necessário competir para ganhar, ser combativo. O triunfo é estimulado em detrimento da relação solidária entre pessoas.

A militarização reforça a noção de que é preciso estar sempre vigilante diante de potenciais riscos e perigos que ameaçam a nossa sobrevivência. Para driblar o medo, é preciso ser agressivo, forte, viril, dominante, mesmo se isso significar ser machista e cruel.

Muitas vezes o adestramento militar atinge um grau de violência que induz à desumanização do outro. Alunos se tornam dispostos a matar seres humanos a partir da ordem de um superior, sem duvidar, discutir ou divergir.

O sentimento de empatia com dores e desejos do outro é substituído pela relação amigo x inimigo.

Leia também: Artigo | Arrumando a casa

O discurso de ódio substitui o da alteridade. O inferno e o inimigo são os outros, daí ser preciso eliminá-los. Assim, a militarização de corações e mentes torna o outro invisível e desprezível, o que justifica a violência. É o perfeito antagonismo à noção de amar ao próximo como a si mesmo.

Desmilitarizar os espíritos e a sociedade requer priorizar a segurança humana com relação à alimentação, saúde, educação, acesso ao trabalho, respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente. É reivindicar horizontalidade diante de relações hierárquicas, particularmente as que vitimam os mais pobres.

E incutir solidariedade e respeito pelo diferente, diante do racismo e da xenofobia; senso de igualdade entre homens e mulheres, diante do sexismo das estruturas militares; e internacionalismo e cooperação enquanto valores nacionais.

Há que se retomar a bandeira da justiça e da paz, e da união entre povos próximos e distantes. E ousar olhar nos olhos do outro para perceber, no reflexo, que somos todos humanos, irmãos e irmãs.
 
* Frei Betto é escritor, autor de “Cartas da prisão” (Companhia das Letras), entre outros livros. Livraria virtual: freibetto.org.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Leandro Melito
Tags: bolsonarodesmilitarizaçãoforças armadasmilitares
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

DIGNIDADE

Ocupação Maria da Conceição Tavares, no centro de Porto Alegre, celebrou um ano nesse domingo (8)

'LAMENTÁVEL'

Por petróleo na Foz do Amazonas, governador do Pará tenta deslegitimar ciência como Trump e Bolsonaro, diz pesquisadora

INSTRUÇÃO PENAL

Defesas de Bolsonaro e Braga Netto confrontam Mauro Cid em depoimento no STF

PARTICIPAÇÃO POPULAR

Propostas socioambientais são apresentadas na plenária livre na Semana do Meio Ambiente no RS

Comida Saudável

Centro Ecológico celebra 40 anos de agroecologia no RS: ‘É uma agricultura que esfria o planeta’

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.