Pandemia

Brasil é o recordista mundial em mortes de jornalistas pela covid-19 com 169 óbitos

São Paulo, Amazonas e Pará reúnem a maioria dos óbitos provocados na categoria pelo coronavírus

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |

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Em 2021, são 86 vítimas, percentual 8,6% maior que o total de 2020 - Marcos Corrêa/PR

A covid-19 matou 169 jornalistas entre abril do ano passado e março deste ano. É o número que consta do dossiê elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgado nesta terça-feira (6), véspera do Dia do Jornalista.

O Brasil é o país com maior número de mortes de profissionais da imprensa no mundo, garante a federação, que reuniu informações de todos os sindicatos da categoria espalhados pelo Brasil.
     
O dossiê também mostra que, em apenas três meses de 2021, o número de óbitos ultrapassou todo o ano de 2020. No ano passado, foram registradas 78 mortes de abril a dezembro. Em 2021, são 86 vítimas, percentual 8,6% maior que o total de 2020.

“Os 169 casos apurados até agora são resultado da necropolítica do governo federal. Os números mostram a urgência da sociedade se posicionar contra o governo genocida de Jair Bolsonaro”, afirma Norian Segatto, diretor do Departamento de Saúde da Fenaj e responsável pela sistematização do dossiê.

Ele ressalta que, no primeiro trimestre de 2021, a média é de 28,6 mortes de jornalistas por mês.

“Os números são alarmantes, mas vamos continuar cumprindo nosso papel, porque informação verdadeira também ajuda a salvar vidas”, adianta a presidenta da Fenaj, Maria José Braga.

Homens são maioria

Os estados com maior número de óbitos são Amazonas, Pará e São Paulo, com 19 ocorrências cada, seguidos pelo Rio de Janeiro, com 15, e o Paraná, com 13.

Na categoria, a maioria dos casos atingiu a faixa etária dos 51 a 70 anos (54,9% dos óbitos) e entre homens. Entre as vítimas fatais da doença, somente 9,8% são mulheres.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Leandro Melito e Katia Marko