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Rodoviários no estado do Rio votam proposta de greve pela vacina

Profissionais alegam que lidam com público, mas não são prioridade em campanha de imunização

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
ônibus greve
Em Niterói, secretário de transportes prometeu que vai analisar inclusão de profissionais da categoria na prioridade para vacinação - Jaqueline Deister

O Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) abriu votação nesta segunda-feira (12) e até amanhã para que a categoria decida ou não pela greve que pede a inclusão dos profissionais de transportes coletivos no grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19. Se for aprovada, a greve começará no próximo dia 26.

Segundo o Sintronac, cerca de 520 profissionais participaram, neste primeiro dia, do plebiscito, cujo resultado será divulgado no próximo dia 20.

“É importante destacar que todos os votantes têm que apresentar suas carteiras funcionais e haverá uma lista com as assinaturas para comprovar a isenção do processo. Vivemos um momento muito difícil da pandemia e as assembleias provocam aglomerações, o que é muito perigoso”, destaca o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

O Sindicato informou que as urnas pelo plebiscito para a greve foram instaladas nos terminais de ônibus de Niterói e São Gonçalo, além das garagens das empresas, como forma de evitar aglomerações, que seriam inevitáveis com a realização de assembleias.

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Na semana passada, o secretário de Trânsito e Transportes de Niterói, Murilo Moreira Júnior, se reuniu com a diretoria do Sintronac, e prometeu levar ao Gabinete de Crise municipal, criado para o combate à pandemia, a proposta de que os rodoviários sejam incluídos no grupo a ser imunizado com a chegada das 800 mil doses da vacina russa Sputnik V, prevista para maio.

Adesões

A diretoria do Sintronac pretende ganhar a adesão de rodoviários do Rio, Niterói, Maricá e Itaguaí, além de metroviários, ferroviários e trabalhadores das barcas. Segundo o Sindicato, rodoviários da capital, Duque de Caxias e Nova Iguaçu já sinalizaram que estão dispostos a integrarem o movimento.

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A mobilização tem o objetivo de se expandir também para Araruama, Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande, Itaboraí, Rio Bonito, São Gonçalo, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Tanguá.

“Os trabalhadores em transportes são essenciais na hora de servir, mas não o são para a vacinação. Isso não está correto. Há companheiros internados nos hospitais públicos, muitos morreram e nosso contato com o público é direto, até na hora de pegar dinheiro e dar o troco das passagens. Estamos há 18 meses sem reajuste salarial e sofremos pesadas demissões no setor", disse Rubens Oliveira.

Edição: Eduardo Miranda