O congresso nacional aprovou, no início do mês, a flexibilização do acesso às vacinas no Brasil, abrindo possibilidade para que empresas privadas comprem o imunizante, sem precisar repassar para o Sistema Único de Saúde. O projeto ainda aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro. Apesar da medida ter sido vista como uma espécie de ''legalização do fura-fila'', equipes de futebol brasileiras demonstraram intenção de comprar.
O Athletico anunciou que pretende comprar a vacina para imunizar seu quadro de atletas, funcionários e sócios que pagaram em dia as mensalidades durante a pandemia. Entidades como a Federação Cearense de Futebol, e outras equipes do futebol brasileiro, como o Flamengo, também prometeram seguir os passos do clube paranaense. Apesar de não estar sob a jurisdição brasileira, a Confederação de Sul-americana de Futebol (Conmebol) também pretende obter vacinas por conta própria.
Apesar da movimentação no esporte para se obter o acesso ao imunizante, especialistas em saúde pública e jornalistas esportivos criticaram as iniciativas. Em uma coluna no UOL, a jornalista Milly Lacombe afirmou que esta é uma tentativa de furar a fila. ''A vacinação só vai funcionar se alcançar as sociedades em suas totalidades. Mas o futebol sul-americano arregaça as mangas e se une à imoralidade fazendo plano para furar a fila''.
Já para o professor e neurocientista Miguel Nicolelis, a proposta é imoral. “O futebol pensa que está acima de qualquer lei e código moral. Para quem gosta de futebol, é um chute no estômago", criticou, em entrevista ao UOL Esporte.