Imprensa

Governo da Angola suspende as atividades da rede Record de Televisão no país

Motivo alegado é que estrangeiros estariam em cargos de comando na empresa, o que contraria legislação do país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Em nota, TV Record África se disse surpresa com a decisão - Reprodução

O governo de Angola anunciou que irá suspender, a partir desta quarta-feira (21/04), as atividades da Rede Record de Televisão, do Brasil, bem como de outros jornais, revistas, sites e rádios, devido a "inconformidades legais". A informação é da Agência Lusa. 

Na última segunda-feira (19), o ministério das Telecomunicações do país comunicou que a medida se dá porque os veículos em questão não teriam cumprido os requisitos legais para o exercício da atividade jornalística em Angola.

O ponto principal é a participação de estrangeiros em atividades de comando em empresas de mídia atuando em Angola, o que contraria a legislação em vigor no país.

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O comunicado do ministério afirma que a empresa Rede Record de Televisão, que responde pela TV Record África, tem como diretor-executivo uma pessoa que não é angolana e acrescenta que os jornalistas estrangeiros da Record não estão credenciados.

"Infelizmente, as direções destas empresas não cuidaram de corrigir o problema ao longo do tempo que vêm operando no mercado angolano. Assim, estas empresas, enquanto não procederem a correção em conformidade com os requisitos legais, estarão suspensas do exercício da sua atividade", informa o comunicado.

A Record TV África manifestou-se surpreendida com a suspensão das suas atividades e afirmou que "sempre se pautou pela legalidade nos mais de 15 anos presentes em Angola e em todo continente africano" e que pretende buscar esclarecimentos com o ministério.

A Rede Record pertence a Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, a qual passa por uma disputa interna entre seus líderes brasileiros e angolanos. A emissora veiculou várias reportagens críticas ao governo, afirmando que os religiosos brasileiros são alvo de xenofobia em Angola.

Edição: Vinícius Segalla