FUGA de capitais

Maior fabricante de cimento do mundo planeja deixar o Brasil, diz agência

Segundo a Bloomberg, o grupo suíço LafargeHolcim contratou o Itaú Unibanco para assessorar a venda dos ativos no país

Brasil de Fato | Imperatriz (MA) |
Empresa atua em nove estados do país e emprega cerca 1,4 mil trabalhadores - Reprodução

Sediado na Suíça, o grupo LafargeHolcim busca comprador para seus ativos no Brasil, que valem cerca de US$ 1,5 bilhão (o equivalente a R$ 8,35 bilhões), segundo informações da agência de notícias Bloomberg. A agência informou que o grupo suíço contratou o Itaú Unibanco para assessorar a venda dos ativos.

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O grupo tem operações ativas em nove estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte e Goiás – e emprega cerca de 1,4 mil trabalhadores no país.

Terceira maior empresa do setor no Brasil, atrás somente da Votorantim e Intercement, as operações no país estão relacionadas ao cimento, concreto e agregados, além de produtos especiais como óleo e gás.

A empresa segue uma tendência de queda de investimentos de capital estrangeiros no país, alertada pelo Banco Central desde 2020. Naquele ano, foi registrada uma queda de US$ 34,167 bilhões, o equivalente a 50,6% em comparação com 2019.

Os números registrados são os piores desde 2009 e confrontam diretamente declarações do governo Bolsonaro. “O Brasil foi, em 2019, o quarto maior destino de investimentos diretos em todo o mundo e no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, verificamos um aumento de ingresso de investimento”, declarou Jair Bolsonaro (sem partido) durante Assembleia Geral da ONU em 2020.

Há um mês, economistas alertaram também para a queda de investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), após intervenções do governo na Petrobrás. Calcula-se que estrangeiros retiraram R$ 9,2 bilhões em um curto período de três dias no mês de fevereiro e as ações da companhia caíram mais de 20%.

Edição: Poliana Dallabrida