OMISSÕES NA MIRA

CPI da Covid aprova convocação de Mandetta, Teich, Pazuello e Queiroga

Antônio Barros Torres, presidente da Anvisa, também será ouvido; sessão é marcada por tentativas de protelação

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues (à esq.) e Renan Calheiros foram escolhidos presidente, vice-presidente e relator da comissão, respectivamente - Jefferson Rudy/Agência Senado

Os senadores que fazem parte da CPI da Covid aprovaram a convocação dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e do atual ministro Marcelo Queiroga em sessão nesta quinta-feira (29) para analisar o plano de trabalho da comissão.

Além do ex-mandatário da pasta, o presidente da Anvisa,  Antônio Barros Torres, também foi convocado.

A ordem das interrogações será a seguinte: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich serão escutados na terça-feira (4); Eduardo Pazuello na quarta-feira (4) e o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o Antônio Barros Torres, presidente da Anvisa, na quinta-feira (6).

Governistas tentam travar CPI

Na abertura da CPI da Pandemia, que já começou com 35 minutos de atraso, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) solicitou a palavra para pedir que a Comissão funcione apensas presencialmente. "Se quer que a CPI cumpra sua missão constitucional, que ela funcione presencialmente, ou estaremos cometendo uma fraude com o povo brasileiro”. 

Renan Calheiros, relator da CPI, chamou a atenção de Rogério. “Estamos diante de uma evidente obstrução. Essa comissão deveria ter sido instalada em fevereiro, os senhores e o governo não quiseram a instalação. Hoje, nós chegaremos a 400 mil mortos”, pontuou. "Vocês só querem atrasar nosso trabalho".

Rogério Carvalho (PT-SE) também ponderou: “Hoje, só há uma situação em que se questiona o trabalho remoto da Justiça brasileira, que é a audiência de custódia. Portanto, todo o resto da Justiça brasileira tem funcionado de maneira remota. Portanto, esses argumentos, no momento de pandemia, eles não se sustentam", disse.

A discussão sobre a questão de ordem levantanda pelo senador Marcos Rogério durou 50 minutos. Calheiros voltou a chamar a atenção dos governistas. "Essa coisa de tropa de choque vir aqui defender coisa indefensável do governo, não vai passar", bradou o senador. 

Governo quer que aliados sejam ouvidos

Via os senadores Jorginho Mello (PL-SC) e Ciro Nogueira (PP-PI), o governo federal apresentou cinco requerimentos de convocação de técnicos que defendem o tratamento precoce e criticam o lockdown. A médica Nise Yamaguchi, aliada de Bolsonaro, que chegou a ser cogitada para o Ministério da Saúde, está entre as depoentes.


 

Edição: Poliana Dallabrida