Paraná

Desemprego

Brasil bate recordes de índices de desemprego; com 13,9 milhões desempregados

Em um ano a redução de trabalho registrado conta com menos 7,8% (2,6 milhões de pessoas)

Paraná |
 Na contramão de iniciativas que priorizem o trabalhador e girem renda, o presidente assinou, no último dia 28, MP que permite redução de jornadas de trabalho e salários - Marcos Santos/USP Imagens

 

 

Às vésperas da data que marca a luta trabalhista por direitos e igualdade, o Brasil bate recordes de desemprego. Saiu nesta sexta (30) a amostra anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE das taxas de desemprego. Segundo o levantamento feito pelo PNAD, o índice de desempregados e desocupados no 4º trimestre de 2020 é de 13,9 milhões de desempregados e 5,8 milhões de desalentados, sendo a maior taxa desde 2012. A taxa de desempregados registrada em 2019 foi de 11,9%, ao passo que a deste ano é de 13,9%.

Segundo o IBGE, no intervalo de um ano a chamada população ocupada – que inclui estudantes e donas de casa ainda que não gerem renda – conta com 7,3 milhões de pessoas a menos e registra o menor número já registrado pela série anual. A queda foi de 93,4 milhões em 2019 para 86,1 milhões de brasileiros ocupados em 2020.

Pela primeira vez menos da metade da população em idade para trabalhar – acima dos 14 anos – está ocupada, seja com estudos ou trabalho. O número é de 49,4%. Há também o recorde entre os que são denominados subutilizados, que são desocupados de maneira geral ou subocupados por insuficiência de horas trabalhadas ou em força de trabalho potencial. Esta categoria registrou um aumento de 13,1%, o que corresponde a 31,2 milhões de brasileiros.

O índice de trabalhadores com carteira assinada retraiu também de maneira inédita. Em um ano a redução de trabalho registrado conta com menos 7,8% (2,6 milhões de pessoas), sem contar a categoria de trabalhadores domésticos, que sofreu uma retração recorde de 19,2%.

Por último, o índice de desalentados – que desistiram de procurar emprego por condições estruturais – também atingiu marca histórica no último ano. Com relação a 2019, houve um aumento de 16,1%, deixando 5,5 milhões de pessoas em idade de trabalhar à deriva.


Dados 2020 / IBGE

 Na contramão de iniciativas que priorizem o trabalhador e girem renda, o presidente assinou, no último dia 28, MP que permite redução de jornadas de trabalho e salários. Segundo o decreto, a suspensão dos contratos deve ser requisitada pelo empregador por até 120 dias, de modo que o governo compensará o trabalhador com um benefício referente às parcelas do seguro-desemprego ao qual o empregado teria direito - ele só vai ter acesso a esta compensação quando acessar o seguro desemprego. A redução da jornada poderá ser somente de 25%, 50% e 70% e o pagamento do FGTS de abril, maio, junho e julho poderá esperar até setembro.

 

Edição: Ana Carolina Caldas