Justiça

Sara Winter é condenada a indenizar a antropóloga Débora Diniz

Ativista bolsonarista chamou a professora da UNB de “maior abortista do Brasil” nas redes sociais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Jair Bolsonaro ao lado de Sara Winter, uma das investigadas no inquérito das fake news conduzido pelo STF. Ela chamou o ministro Alexandre de Moraes para "trocar socos" após ação da Polícia Federal - Divulgação

A antropóloga Débora Diniz será indenizada pela ativista bolsonarista Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, por danos morais causados por “postagens e conteúdo danoso à imagem da vítima.”

A decisão, publicada na última sexta-feira (31), foi tomada pelo juiz Arthur Lachter, da 19ª Vara Cível de Brasília, que fixou a indenização em R$ 10 mil. Em agosto de 2020, Winter publicou uma série de vídeos em suas redes sociais afirmando que Diniz era a “maior abortista do Brasil” e que a antropóloga incentivava a tortura, por defender o aborto de uma criança de 10 anos.

Leia mais: Aborto legal de criança de 10 anos ocorre em segurança após a expulsão de extremistas

Em sua decisão, Lachter criticou a bolsonarista. “Comparar um procedimento médico qualquer com tortura, nos tempos de hoje, beira a má-fé. A interrupção da gravidez pode se dar, legalmente, por vários motivos, sejam médicos ou jurídicos. No caso, comparar essa interrupção a prática de tortura e imputar esse desejo à autora é nefasto”. “Do mesmo jeito que a autora tem o direito de manifestar sua concordância com o aborto, a ré tem o direito de manifestar seu dissenso”, encerrou o magistrado.

Winter foi presa em junho de 2020, acusada de promover atos antidemocráticos, com base na Lei de Segurança Nacional, em ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Dias depois, a ativista foi solta, com obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica.

Edição: José Eduardo Bernardes