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RJ: Petroleiros do norte fluminense iniciam greve por medidas de prevenção à covid

Paralisação por tempo indeterminado denuncia condições inseguras de trabalho nas unidades da estatal na pandemia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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A deliberação pela greve é válida para todos os trabalhadores próprios e terceirizados da Petrobras - Divulgação Petrobras

Desde a madrugada desta terça-feira (4), petroleiros da Bacia de Campos, no norte do estado do Rio de Janeiro estão em greve por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), o protesto foi organizado como resposta à recusa da Petrobras em cumprir condições mínimas para a preservação da saúde dos trabalhadores, diante da pandemia da covid-19.

A deliberação pela greve foi efetivada na tarde da última segunda-feira (3), após comunicado enviado à Petrobras na última sexta (30), e é válida para todos os trabalhadores próprios e terceirizados da Petrobras.

Segundo o Sindipetro-NF, a atual gestão da estatal se recusa a divulgar de modo transparente as informações sobre os casos de covid-19 entre trabalhadores. Também não tem adotado os protocolos sanitários nas unidades de trabalho, recomendadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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Além disso, o sindicato denuncia que a empresa tem optado pela continuidade da produção e de até mesmo atividades não essenciais em condições inseguras com a implementação de uma escala de trabalho que ultrapassam 14 dias de embarque.

“A greve é uma resposta à negligência da Petrobras na prevenção à covid-19 em suas instalações, expondo trabalhadores próprios e terceirizados a um nível elevadíssimo de risco de contaminação. O Sindipetro-NF avalia que o comportamento da gestão da Petrobrás e da Transpetro são extensões do pensamento do governo Bolsonaro acerca da pandemia, do negacionismo e da indiferença em relação à preservação da vida”, apontou o sindicato em nota. 

Para esta greve, os petroleiros estabeleceram o cumprimento efetivo da escala de 14 dias a bordo das unidades marítimas. No entanto, nas unidades que estiverem com surto de covid, os trabalhadores não embarcarão. Em Cabiúnas, terminal da Transpetro localizado em Macaé, o trabalho não será cumprido além das 12 horas de turno.

O Brasil de Fato procurou a assessoria de imprensa da Petrobras para cobrar um posicionamento da estatal a respeito da paralisação da categoria. Até o fechamento desta matéria, não recebemos as respostas. 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse