Investigação

ONU cobra respostas quanto à operação que matou 28 no Jacarezinho, no Rio de Janeiro

A operação coordenada pela Polícia Civil é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Denominada “Operação Exceptis”, foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas suspeita de aliciar menores de idade - Mauro Pimentel/AFP

O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou ao Estado brasileiro uma investigação independente da Operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que resultou em 28 mortes, na comunidade do Jacarezinho, na manhã da última quinta-feira (6).

Segundo o porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Rupert Colville, o pedido é para uma “promotoria que conduza uma investigação independente e ampla sobre o caso, de acordo com os padrões internacionais".

O porta-voz também declarou que a operação reafirma “uma prolongada tendência ao uso desnecessário e desproporcional da força nas favelas pela polícia brasileira”. 

“Recebemos preocupantes denúncias após o ocorrido de que a polícia não tomou as medidas necessárias para preservar as provas na cena do crime, o que pode dificultar a investigação desta operação trágica e letal”, afirmou Colville, em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça.

STF também cobra investigação 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), também cobrou da Procuradoria-Geral da República (PGR) investigação sobre o caso. Ele enviou à PGR vídeos enviados ao seu gabinete pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No ofício encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, Fachin afirma que "os fatos relatados parecem graves e, em um dos vídeos, há indícios de atos que, em tese, poderiam configurar execução arbitrária".

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A operação realizada é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. Denominada “Operação Exceptis”, foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas suspeita de aliciar menores de idade.

Em uma nota conjunta, Anistia Internacional no Brasil, Justiça Global, Instituto Marielle Franco e Movimento Negro Unificado classificaram a operação como uma “chacina”. 

Edição: Daniel Lamir