Saúde

Programa Bem Viver destaca desafios dos enfermeiros na pandemia

Categoria representa 65% da mão de obra da saúde, atuando em emergências, UTIs, unidades básicas de saúde e na vacinação

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Centenas de médicos e enfermeiros já morreram no Brasil, vítimas de covid-19 - Hussein Faleh/AFP
Brasil é líder do ranking de maior número de profissionais de enfermagem mortos por covid-19 no mund

Uma doença para qual ainda não se tem todas as respostas, aliada ao crescimento exponencial de pacientes e ao baixo número de profissionais para os cuidados de saúde nas unidades hospitalares. Esse é o desafiador cenário de trabalho dos enfermeiros brasileiros em meio a pandemia de Covid-19, segundo o vice-Presidente Do Conselho Federal De Enfermagem (Cofen), Antônio Marcos Freire Gomes, que participou da edição de hoje (14) do Programa Bem Viver.

“É um cenário muito difícil, por conta do vírus, mas também é reflexo de uma realidade que há muitos anos vem caracterizando os profissionais da enfermagem. São poucos profissionais para cuidar dos doentes, em todo país, o que dificulta a oferta de uma assistência de qualidade e leva esses profissionais a um quadro de esgotamento e stress ocupacional”, disse.

Na última quarta-feira (12) foi comemorado o Dia Internacional Da Enfermagem e no próximo dia 20 será celebrado o Dia Nacional Do Técnico E Auxiliar De Enfermagem. A categoria representa a maior parte dos trabalhadores da saúde, correspondendo 65% da mão de obra da área, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. São profissionais essenciais durante uma crise sanitária, atuando nos primeiros atendimentos, nas emergências, nas UTIs, nos postos de saúde ou mesmo na aplicação das vacinas.

Até hoje o Brasil é líder do ranking de maior número de profissionais de enfermagem mortos por covid-19 no mundo. A situação segue tensa, mas o efeito vacina já é sentido, com a redução drástica de óbitos e casos graves.

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CPI da Covid-19

Após a CPI da Covid-19 ouvir ontem (13) o gerente geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, que afirmou ter feito sete ofertas de vacinas para o governo brasileiro, a primeira delas em agosto do ano passado, a expectativa para a próxima semana aumenta: na terça-feira (18) o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, será ouvido, e na quarta (19) será a vez do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Na quarta-feira (12), o Governo Federal entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para pleitear que Pazuello possa de ficar calado diante das perguntas dos senadores da CPI, defendendo que ele tem o direito de não constituir provas contra si mesmo.

Para fechar a semana, na quinta-feira (20) é a vez de a CPI ouvir Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, conhecida em alguns meios como “capitã cloroquina”. Recentemente, ela deu um depoimento ao Ministério Público Federal sobre o colapso de saúde em Manaus no começo do ano. De acordo com o jornal O Globo, ela confirmou que uma comitiva do Ministério da Saúde foi a Manaus dias antes do colapso para fazer propaganda da cloroquina e insistir que os médicos receitassem o medicamento no combate à Covid-19. 

Leia mais: O que o representante da Pfizer, Carlos Murillo, trouxe de novo para a CPI da Covid?

Homenagem a Alfredo Bosi

A edição de hoje do programa Bem Viver prestou uma homenagem ao professor e poeta Alfredo Bosi, que faleceu de Covi-19 em 7 de abril. Com ao menos 20 livros publicados, Bosi se consagrou como um grande pensador brasileiro e pelas suas atuações como professor, historiador e militante.

Bosi Nasceu Em São Paulo, em 1936, iniciou os estudos no curso de Letras na USP na década de 1950 e nunca mais se desligou da instituição. Colegas relembram que ao mesmo tempo em que o professor tinha uma presença calma e contida, estava atento e fazia análises elaboradas, muitas vezes com um cinismo inteligente e quase sempre carregadas de emoção.

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Direitos quilombolas

A Coordenação Nacional De Articulação Das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) celebrou nesta semana 25 anos de trabalho na defesa dos direitos quilombolas.

Membro da coordenação do movimento comentam que não há conquista social garantida ao povo quilombola no Brasil que não tenha passado pela CONAQ. A organização, que também faz parte da Via Campesina, está presente em todas as regiões do país e em todos os biomas brasileiros. Segundo o IBGE, o Brasil possui 5.972 quilombos, em diferentes fases de reconhecimento. 

“A CONAQ tem eixos de trabalho muito definidos: o primeiro deles é o fortalecimento da identidade etnia quando povo, descendentes de africanos. O segundo eixo é a luta pela regularização dos territórios, porque entendemos que ele é fundamental para manter nossa cultura e nossa vivencia. Outro ponto importante é a formação, e a educação escolar quilombola”, diz um dos membros da Coordenação Executiva da CONAQ, Antônio Criolo.

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Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver

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Edição: Sarah Fernandes