Preservação

Projeto viabiliza criação de parque de conservação ambiental na Bahia

Plano inicial previa criação de cinco parques, mas, com a pandemia, foi implantado um. Outro, em Palmas, está pendente

Belém (PA) | Brasil de Fato |

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APA da Cachoeira do Redondo, na Bahia. Os estudos foram realizados pelo projeto projeto Áreas Protegidas Municipais no Matopiba. - Divulgação/Assessoria

Diante do avanço do desmatamento, a criação de áreas protegidas no Brasil se torna indispensável para a manutenção da biodiversidade. Pensando nisso, o projeto Áreas Protegidas Municipais no Matopiba, criado em 2019, entregou um parque de 40 hectares no estado da Bahia e prevê outro de 18,74 hectares em Palmas (TO).

A ideia era entregar cinco parques, três na Bahia e dois no Tocantins, no entanto, além das restrições impostas pela pandemia – o que gerou atrasos na execução do projeto –, a consolidação e transformação dos estudos em realidade é uma responsabilidade das prefeituras dos municípios. 

A escolha dos idealizadores foi viabilizar os parques em cidades que fazem parte da fronteira agrícola Matopiba. Essa fronteira abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e sofre grandes impactos, uma vez que é polo do agronegócio. 

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De acordo com dados recentes da Conservação Internacional (CI-Brasil), 41,35% das áreas remanescentes do Cerrado estão no Matopiba, que abriga 64,17% da vegetação nativa.  

Assim, a consolidação do Parque Natural Municipal Engenheiro Geraldo da Rocha, no município de Barreiras (Bahia), apesar de modesta, é vista de forma muito positiva pelos idealizadores. A unidade de conservação integral tem 44,54 hectares e está localizada em área urbana, entre os bairros Barreirinhas e o Centro Histórico da Bahia.

O parque conserva matas ciliares, áreas de cerrado típico, veredas e brejos que abrigam 36 espécies de flora e 10 espécies de fauna ameaçadas de extinção no local e no seu entorno, entre elas, a arara-vermelha, coral-falsa, papagaio-galego, tracajá, pequizeiro e ipê-roxo.  

Em implantação

Pensado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), o projeto está inserido na iniciativa Parceria Para o Bom Desenvolvimento (Good Growth Partnership, em inglês), executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

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Apesar do esforço da equipe que realiza os estudos, o projeto precisa do aval do poder público para se tornar realidade. É o caso do projeto do Parque Natural Municipal Papagaio Galego, no Tocantins.

A Unidade de Conservação de proteção integral, com 18,74 hectares está localizada na área urbana, que integra o Sistema Municipal de Infraestrutura Verde do município de Palmas (TO) e além da conservação e recuperação das áreas naturais, o espaço deve oferecer possibilidades para a pesquisa científica, educação ambiental, lazer e recreação de forma compatível com os seus atributos naturais.

Além disso, dados levantados no parque e região de entorno constataram diversas espécies da fauna e da flora, entre elas, 113 répteis e anfíbios, 363 aves (arara-azul-grande e topetinho-do-brasil-central), 75 mamíferos (tamanduá-bandeira e gato-do-mato), 191 peixes e 512 espécies de plantas como ipê-roxo, cedro, sucupira-preta, garapa e catuaba.  

Assim, além da conclusão do estudo dos dois parques, eles concluíram os estudos para o Monumento Natural da Cachoeira do Redondo (BA) e a Área de Proteção Ambiental do Rio Preto (BA).

 

Edição: Vinícius Segalla