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LUTO

Morre Xeramõi Karai Poty, uma das mais importantes lideranças Guarani de São Paulo

Pajé lutou pelo reconhecimento e pela demarcação de terras indígenas na capital, no litoral e interior paulista

22.maio.2021 às 11h58
São Paulo (SP)
Vanessa Ramos

Xeramõi Karai Poty teria 80 anos de idade no documento, foi registrado em 25 de maio de 1940, mas teria entre 88 e 89 anos - Ateliê Acaia/Divulgação

Xeramõi José Fernandes Soares, conhecido como Karai Poty, faleceu nesta sexta-feira (21), aos 80 anos, por complicações em decorrência de uma pneumonia. Importante cacique, rezador e curador do povo Guarani Mbya, foi uma das lideranças que lutou pela demarcação das terras indígenas no estado de São Paulo.

Segundo a família, ele morreu às 12h50. A reportagem teve acesso ao resultado do exame de covid-19 realizado no último domingo (16), que testou negativo para o novo coronavírus, suspeita inicial dos familiares.

Karai Poty morava atualmente na terra indígena Tekoa Gwyra Pepo, em Tapiraí (SP), onde será enterrado. Além da luta pela terra desde a década de 1960 na cidade de São Paulo, no litoral e interior paulista, como líder social e espiritual também fez enfrentamentos em defesa da educação.

Saiba mais: Vitórias dos povos indígenas no STF fortalecem o direito à demarcação de terras
 
A construção do Centro de Educação e Cultura Indígena (Ceci), em 2004, nas aldeias Tenondé Porã e Krukutu, em Parelheiros, na zona sul da capital paulista, e Tekoa Pyau, uma diminuta terra localizada entre a Rodovia dos Bandeirantes e o Parque Estadual do Pico do Jaraguá, na zona oeste de São Paulo, é exemplo de conquista para a educação tradicional de crianças até os seis anos.

Para o indigenista Antonio Salvador Coelho, que atua há 20 anos com os Guarani do Jaraguá, xeramõi José Fernandes foi uma liderança exemplar no fortalecimento do tekoá – o lugar onde se vive o modo de ser Guarani. 

Leia Também: Indígenas pressionam gestão Covas pela criação de Cinturão Verde Guarani em SP

“Onde ele estava, chegavam muitas famílias e aumentava a força do povo para conquistar os territórios tradicionais e afirmar que São Paulo é Guarani. Ensinou que não basta meio ambiente, é preciso o ambiente inteiro, com matas, com bichos, com plantas, com culturas tradicionais, porque a humanidade e a preservação da natureza são mais importantes do que os interesses mercantis”, afirma Coelho, que hoje atua na Pastoral Indigenista, em parceria com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).  


Karai Poty ensinou gerações sobre a luta por demarcação de terras e pelo reconhecimento dos direitos da população indígena no Brasil / Divulgação

Atravessando gerações 

Em depoimento por vídeo produzido na aldeia por uma apoiadora da causa indígena, xeramõi – cargo de liderança da comunidade que significa literalmente ‘meu avô’, em referência aos mais velhos  –, conta que iniciou sua trajetória como pajé aos 25 anos. "Pedi a Nhanderu (Deus) para ser pajé como sou até agora", afirma. Fumando seu petynguá (cachimbo) durante a entrevista, ele continua. "Para ser pajé é preciso da força de outros pajés”.

Como xamã, Karai Poty ensinou muitas gerações sobre a cultura indígena passando a tradição Guarani Mbya adiante. 

Neta da liderança guarani, Jaxuka Patrícia, 31 anos, moradora da aldeia Tekoa Pyau, na cidade de São Paulo, falou à reportagem do Brasil de Fato durante o trajeto à cidade de Tapiraí (SP).

“Eu tenho orgulho do meu avô, eu aprendi muitas coisas desde criança, eu vi a luta dele e por quantas aldeias ele passou ajudando outros parentes. Conseguiu a demarcação de outras aldeias, junto a outros líderes espirituais. Tudo isso eu guardei comigo. Como sempre falo, agora ele está descansando. Mas nós continuaremos a luta e repassaremos tudo que aprendemos aos jovens, que continuarão a luta depois de nós”, ressalta. 

Assista: O impacto da pandemia nas aldeias não demarcadas

Assim como Jaxuka, Natalício Karai, 54, também morador da aldeia Tekoa Pyau, relata memórias desde a infância com o xeramõi.

“Eu aprendi a fazer remédio com ele, o canto, a tocar mbaraka (violão) e a usar o petynguá para rezar a Nhanderu desde menino. Por isso, hoje eu estou bem, meus meninos estão bem, e não precisamos ficar só correndo atrás dos remédios dos jurua kuery (não indígena) porque nós produzimos o nosso remédio porque o nosso remédio também é sagrado. O meu aprendizado é uma alegria e farei remédios para a minha comunidade”, diz. 

Segundo ele, Karai Poty também foi referência na luta pela terra. “Ele ensinou sobre nosso anhentegua (caminho) e como temos que lutar pela terra, que é nossa. Nhanderu criou para ser nosso território e xeramõi sempre falava que jurua kuery não entende a nossa cultura", relembra.

"Ele explicava que a terra foi feita pelo nosso povo indígena e quando o povo indígena estava no território, os portugueses entraram e invadiram, mataram e massacraram o povo Guarani. Ele sempre contava a nossa história desde que éramos crianças e eu acompanhei ele até aqui. Eu vou sempre guardar a palavra dele”, afirma Natálicio Karai.

Editado por: Marina Duarte de Souza
Tags: covidguarani
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