Rio Grande do Sul

Entrevista Especial

Jean-Marc von der Weid fala sobre a resistência à ditadura e a agroecologia

No Dia Mundial do Meio Ambiente (5), publicamos uma conversa com agroecólogo exibida pelo BdFRS; leia e assista

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Compartilhamos parte da entrevista com Jean Marc, quando falamos sobre sua trajetória no movimento estudantil e resistência contra a ditadura, até o exílio e seu envolvimento com a agroecologia - Reprodução

Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Brasil de Fato RS publica uma entrevista realizada com o agroecólogo Jean Marc von der Weid, conduzida pela jornalista Katia Marko e o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo durante a vigésima primeira edição do programa "Arte, Ciência e Ética num Brasil de Fato".

Deixamos disponível aqui a live, para ser conferida na íntegra. Logo após, a transcrição de trecho da entrevista, onde Jean Marc fala sobre sua trajetória no movimento estudantil e resistência contra a ditadura, até o exílio e seu envolvimento com a agricultura e a agroecologia.

Um pouco sobre Jean Marc

“O agroecológico vai ter que se preparar para uma guerra econômica dos verdes.” A afirmação de Jean Marc é feita em um momento do país onde cada vez mais o governo tira o financiamento e incentivo para apoio a agricultura familiar e a agroecologia, colocando recursos massivos no agronegócio. Do outro lado, famílias, movimentos, feiras orgânicas e agroecológicas ligadas à questão da agricultura familiar e agroecologia lutam para manter viva a ideia de uma outra alimentação e estilo de vida possíveis, que têm pela frente, além do governo, a indústria e o agronegócio.

“O orgânico, o agroecológico vai ter que se preparar para uma guerra econômica dos verdes porque o capitalismo verde existe. Ele vai entrar pisando nos nossos calos, sem dúvida nenhuma. No Rio de Janeiro, por exemplo, a competição pesada hoje são essas feiras e os supermercados”, afirma Jean.

Agroecólogo autodidata e economista com mestrado na Sorbonne, Jean teve seu contato com a agroecologia após participar da luta armada contra a ditadura no Brasil, durante o seu exílio em Paris, pelas mãos de Plínio de Arruda Sampaio, em um trabalho para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Nesse período, além do aprofundamento na questão da agricultura, veio a preocupação com o campesinato.

Fundador da ONG AS-PTA em 1981, que hoje tem o nome Agricultura Família e Agroecologia, Jean é um dos criadores da Agência Nacional de Água (ANA) em 2003. É membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural da Agricultura Familiar de 2003 a 2016 (CONDRAF). Consultor da FAO e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Jean começou a conversa falando da sua história e trajetória no movimento estudantil, sua luta contra a ditadura e também sobre o período no exílio e as experiências adquiridas, como o conhecimento da agricultura tribal durante sua incursão pela África, em especial o saber camponês. “Na Guiné tudo era saber camponês, você via situações em que eles resolviam muito bem os problemas que estavam colocados”, conta.

Durante a live, ele lembra do início da agricultura alternativa. “Passamos muito tempo fazendo tentativa e erro. Fizemos muitas hipóteses, algumas deram certo, outras não (...). A gente custou, pela nossa inexperiência, nós dois, o Sílvio e eu, que começamos essa proposta, e também inexperiência de com quem a gente lidou no começo que era uma garotada, alguns deles, recém saída da universidade, com algumas ideias gerais da agricultura alternativa, muito pouca experiência prática.”

Ao contar sua vida, Jean deixa, no final, uma mensagem de esperança no futuro.

“Nós precisamos aproveitar esse tempo, além de resistir no campo, na cidade, onde for a pressão do agronegócio e a pressão desse sistema fascistóide que está no poder, temos que nos preparar para o futuro, e eu tenho esperança que não é tão longe assim. Estamos chegando num clímax de contradições em que essa bolha fascista que está nos asfixiando vai explodir. E acho que a gente tem a possibilidade de termos uma situação onde seja possível negociar políticas públicas e para negociar políticas públicas a gente tem que saber o que vai fazer. Olhar o que a gente fez no passado, corrigir os erros e se preparar para tirar propostas concretas e negociá-las”, avalia.

Entrevista com Jean Marc von der Weid

Kátia Marko - Nos conta um pouco sobre a tua história, nos fala sobre tua participação no movimento estudantil, sobre tu chegar a ser presidente da UNE até tua participação na resistência armada contra a ditadura.

Jean Marc - A história da minha participação no movimento estudantil é bastante inesperada, para quem conhece a minha trajetória, que vim de uma família de classe média-alta do RJ. Meu pai era um imigrante suíço, um profissional liberal. Minha mãe é brasileira, minha família está no Rio de Janeiro desde sua fundação, muitos foram políticos inclusive, meu bisavô foi prefeito da cidade e meu avô foi deputado federal.

Eu venho desse caldo de cultura, de pessoas de direita, muito conservadoras. Eu diria que tanto meu pai, quanto meu avô, seriam o que se pode chamar, numa linguagem mais europeia, de liberais: pessoas que acreditavam na liberdade, na democracia, na justiça social, mas muito longe de serem de esquerda. Meu avô, filosoficamente, era anticomunista, mas foi a favor da legalidade do Partido Comunista, pois achava que democracia era pra valer pra todo mundo. Tinha essas contradições.

Quando teve o golpe militar de 64, meu avô teve uma reação curiosa. Em um almoço de domingo na casa dele, logo depois do golpe, minha família da toda festejando. Meu avô já estava meio doente, e estava com uma cara meio desapontada. Em certo momento ele parou e disse: "Vocês são todos uns idiotas, eles [os militares] vão ficar nas nossas costas uns 20 anos, não vão largar um osso. Comunistas? O Brasil nem tem comunistas!". Não podia ter sido mais profético, errou por um ano, a ditadura durou na verdade 21 anos.

Eu entrei na universidade justo em 64, tive um mês de aula e entramos em greve geral na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Um mês depois veio o golpe, e ficamos um tempo sem ter aula. Depois quando recomeçou, já veio uma repressão bastante significativa, embora a repressão no meio universitário não foi nada perto do que foi em cima dos operários e camponeses. No campo teve matança, queima de casas, expulsão de gente. No meio dos operários teve prisão, intervenção nos sindicatos, mortos também. Na universidade era diferente, se fechava os diretórios, vinha uma legislação mais restritiva à participação, se proibiu política dentro da universidade.

Eu nessa época estava em "banho maria”, no meu primeiro ano de faculdade não tinha participado de praticamente nada [na política]. As manifestações contra a ditadura vindas do meio universitário eram mais no plano cultural, foi um período em que tínhamos grandes shows de música, grandes artistas que estavam começando e se envolviam. Teve um show em especial que ficou famoso, que foi o do "Opinião", lá tinham várias apresentações, com manifestações contra o governo, umas mais sutis e outras mais explícitas. O público ia pra aplaudir aquilo, era uma forma de catarse, a esquerda tinha tão pouco espaço para se manifestar que aplaudir um show era uma forma de resistência.

Mas, em 66, começam as primeiras manifestações de rua. Em princípio, eram pra defender a universidade do programa que a ditadura montou para privatizar o ensino superior, táticas que vemos hoje novamente empregadas pelo [Paulo] Guedes. Na época, inclusive, era um plano montado em parceria com os EUA, através da USAID, a entidade de ajuda internacional norte-americana. Era um plano de transformar a universidade em fundações privadas e concentrar o ensino na parte técnica, mas numa técnica sem desenvolvimento científico, somente para formar pessoas para aplicar técnicas. Tudo isso ao mesmo tempo em que restringia o número de estudantes e ia passar a ser paga. Seria o massacre da ciência nacional, então, em primeiro lugar, nossa luta era contra isso.

Foi nesse período que a UNE foi pra clandestinidade, por causa da legislação da ditadura. Éramos contra a reforma da ditadura e favor de uma reforma que tornasse a universidade mais acessível e mais voltada aos interesses nacionais.

Entramos em 1968, e a liderança do movimento estudantil estava pessimista, achava que 67 tinha sido ruim a mobilização. Na minha faculdade, a gente tinha muita discussão, fazíamos reuniões de turma, publicamos inclusive uma pesquisa sobre o acordo entre o MEC-USAID. Ali no curso de química, a gente puxou uma greve de 40 dias, que se expandiu para uma greve geral da UFRJ. Dali, se expandiu para outras universidades até virar uma greve nacional. Daí que começou a sequência de manifestações que desembocou na Passeata dos 100 mil. Eu não estava nessa passeata, pois havia sido preso na manifestação anterior, uma das reivindicações, inclusive, era a minha soltura, o que acabou ocorrendo duas semanas depois.

Foi assim que começou a minha projeção, enquanto um presidente de diretório acadêmico que estava apenas começando na militância. Tinha pouca experiência, se comparado com outros como o Luís Travassos ou o José Dirceu, que já tinha passado por UEE [União Estadual de Estudantes], dali eu fui catapultado para candidato a presidente da UNE.

Isso aconteceu em um momento que já tínhamos vivido o auge do ano de 68, no primeiro semestre. Eu só seria eleito presidente no congresso que foi feito depois da UNE ser colocada na ilegalidade, durante a sua reconstrução, em um congresso com cerca de 600 delegados. O congresso da UNE em que eu seria eleito foi fechado pela repressão, em que todos os delegados foram presos.

Depois do AI-5 começa um descenso pesado, começamos em 69 já com uma mudança no patamar da repressão. O que antes era uma repressão de fustigar o movimento dentro das universidades passou a um momento em que os decretos permitiam expulsar qualquer aluno que tivesse atividade política e fechar os diretórios acadêmicos, foi um arraso. Muitas lideranças foram expulsas da universidade, alguns foram presos, outros foram pra clandestinidade.

Eu viria a ser eleito em um congresso clandestino, realizado aqui no Rio de Janeiro, em março de 69, e não tive muito tempo como presidente da UNE, pois eu fui preso em setembro e paguei meu preço, digamos assim, pela minha atividade. Fiquei preso dentro das instalações da Marinha, fui torturado durante mais de uma semana, interrogado de todas as formas e processado, fiquei um ano e meio preso, mais precisamente 502 dias.

Eu fui solto quando fui trocado pela liberdade de um embaixador, por coincidência suíço, que havia sido sequestrado em uma ação da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Eles pediam a liberdade presos políticos, em troca da soltura do embaixador. Eu estava nesse grupo e fui mandado pro Chile, momento em que começaram nove anos de exílio.

Leonardo Melgarejo - Queremos saber como foi teu caminho até a agroecologia.

Jean Marc - Isso daí é uma situação singular. Da mesma forma que eu pulei de um presidente de diretório acadêmico para ser presidente da UNE, é bastante singular a forma como eu saio de um engenheiro químico para ser um agroecólogo.

Quando eu vou para o exílio eu já era quase um engenheiro químico, mas com um desconforto em relação àquela opção. No meu tempo de faculdade eu era um bom aluno, mantive boas médias até a repressão me obrigar a abandonar a faculdade, eu teria me formado em 68. Mas o fato é que eu quando eu saio banido do Brasil, eu chego na Europa com uma missão dada por um grupo de exilados, reunidos pelo partido o qual eu fazia parte, a Ação Popular. A missão era de denunciar a ditadura no exterior, mostrar que vivíamos em um regime de opressão, de violência, de prisões e mortes de inimigos políticos, particularmente essa parte, do desaparecimento de presos políticos, de tortura.

Eu comecei isso na Suíça, fazendo conferências para organizações de direitos humanos, algo que foi se espalhando, de forma que eu girei a Europa inteira durante o ano de 71. Em 72 isso se estende até os EUA e Canadá, onde estive em dezenas de cidades. Foi um longo processo, muito intenso, onde eu tinha alguns alvos. Em especial tinha o caso do companheiro Manoel da Conceição, camponês do Maranhão, que passou sete meses desaparecido, sendo torturado. Tínhamos esse mote, de salvar o Manoel, o que conseguimos, ele saiu vivo dessa e segue vivo até hoje, com uma saúde muito difícil, mas resistindo lá em Imperatriz, no Maranhão.

Chegou um momento em que eu volto para o Chile, em 73, e eu ainda não tinha uma profissão. Eu sobrevivi durante três anos em que eu fazia conferências e as pessoas faziam vaquinha para me dar dinheiro, para continuar fazendo conferências. Eu pensei que ia ter que continuar a minha vida toda fazendo aquilo, apesar de que eu estava cumprindo uma missão política importante. Eu não podia voltar para o Brasil, então eu tive que pensar uma forma de continuar cumprindo minha missão e tentar algum tipo de vida que fosse um pouco mais normal, em que eu pudesse ter algum trabalho.

Foi quando eu voltei pro Chile, que ainda era uma democracia, mas num momento que não poderia ser pior, pois eu cheguei 10 dias antes do golpe que derrubou o Allende. Fiquei ainda quase dois meses, organizando um movimento de retirada dos companheiros brasileiros que estavam lá, mobilizando pessoas que pudessem dar abrigo, colocando-os em embaixadas ou até mesmo levando-os até a fronteira. Até que chegou num ponto em que ficou perigoso pra mim também, quando eu fui pra Argentina.

Lá eu descobri uma outra maneira de sobreviver, que eu gostei muito, quando eu tentei ser jornalista e fui trabalhar com uma revista dos Montoneros. Na verdade, minha contribuição não foi muito importante para a revista, foi mais um ato de solidariedade deles, mas eu gostei daquilo, de escrever sobre política, sobre o Brasil, eu sobrevivia com aquilo. Mas também não durou muito, pois a repressão brasileira chegou lá, a direita argentina chegou ao poder e muitos brasileiros foram sequestrados na Argentina e mortos no Brasil, vários que eu conhecia inclusive. Foi o momento que eu tive que voltar pra Europa.

Voltei para Paris. Eu fui por terra de Buenos Aires até Caracas, sem passar pelo Brasil. De Caracas eu peguei um voo até o México e de lá fui para a França. Todo esse meu retorno foi pago com meu trabalho jornalístico, eu escrevia artigos e mandava para a Argentina. Quando cheguei em Paris eu fui tentar continuar vivendo de jornalismo, procurei o diretor do Le Monde, que eu conhecia, pois ele já tinha me entrevistado. Mostrei meus artigos pra ele, perguntando se teria trabalho, e ele me "deu uma real", me disse que eu escrevia bem em francês mas que eles já tinham gente pra escrever sobre América Latina.

Nessa altura eu estava entrando em desespero, como que eu ia fazer para sobreviver? E pior: a essa altura, eu já tinha casado com uma gaúcha que tinha dois filhos, então o problema de sobrevivência não era só meu, era familiar. Eu fui salvo por uma figura maravilhosa, chamado Plínio de Arruda Sampaio. Naquela altura, o Plínio era um quadro importante da FAO [órgão da ONU para a agricultura e alimentação] em Washington. Quando eu tinha passado pelos EUA eu encontrei ele, eu já o conhecia, e conversamos muito. Ele me perguntou o que eu pretendia fazer, eu falei que tentaria o jornalismo. Pouco tempo depois ele foi à Paris e me procurou, e me fez uma proposta de trabalho.

Ele havia conseguido dinheiro com uma fundação progressista norte-americana que iria fazer um estudo sobre as causas da fome no mundo. Ele estava montando uma equipe em Paris, e queria que eu fizesse parte deste estudo que seria apresentado em um congresso mundial da FAO, como uma espécie de contraproposta. A FAO já tinha sua posição sobre a questão da alimentação e da fome, que era muito conservadora e limitada, ele queria uma proposta mais avançada.

Eu fui trabalhar com mais dois chilenos, um era o Jacques Chonchol, que havia sido ministro da agricultura do Allende, que estava exilado, e o outro havia sido ministro da reforma agrária, também do Allende, eram pessoas que entendiam muito do assunto, e começamos a trabalhar.

Depois que eu trabalhei com os dois, durante oito meses, eu trabalhei na Embrapa francesa, o Instituto de Pesquisa Agronômica, como desenvolvimento do trabalho que realizei no estudo pra FAO. Fiz um mestrado, e um começo de doutorado, na Sorbonne, sobre desenvolvimento rural, e até hoje acho que aprendi mais naqueles oito meses com aqueles dois, do que durante todos os anos em que estudei.

Naquele tempo não estávamos falando sobre agroecologia ainda. Podemos resumir o discurso que tínhamos da seguinte maneira: o modelo de desenvolvimento rural, a chamada revolução verde é excludente, mas não por ser ruim em si, pois depende de quem se apropria dos seus benefícios. Esse discurso foi adotado pela esquerda durante muito tempo, ou seja: a proposta técnica é boa, a questão é levá-la para os pobres, pequenos agricultores e camponeses. Se eles se apropriassem dessas tecnologias, o sistema não beneficiaria somente as multinacionais, a gente acreditava nisso.

Eu fui fazer pesquisas, sobre os mercados primários, e eu sempre tive o foco nos produtos que interessavam ao Brasil, estudei muito o açúcar, o café e a soja, que estava começando na época. Esse foi o universo inicial, que me colocou no terreno da agricultura. Por outro lado, tinha a preocupação com o campesinato, que era uma preocupação política. Ou seja, qual era o papel dos camponeses em um processo de transformação política.

Quando eu voltei para o Brasil, em 81, com a anistia, a ditadura ainda estava lá. Evidentemente, eu tentar espaço acadêmico com o histórico que eu tinha era impossível. Eu estava desempregado e acabei trabalhando em uma empresa de consultoria, que teve seu lado interessante que eu aprendi o que era o capitalismo selvagem brasileiro.

Eu estava num momento em que não tinha atuação política, e estava trabalhando nessa empresa. Aí, o professor Ladislaw Dowbor me propôs um trabalho na FAO, na África, e eu fui. Fui trabalhar na Guiné-Bissau, e tive contato com uma experiência que até eu pouco tinha visto, que era conhecer a agricultura tribal, que podemos dizer, que é um tipo de agricultura que permaneceu de certa forma imutável, durante os últimos 200 ou 300 anos.

Eu conheci esses modos de agricultura tradicional na Guiné-Bissau, foi uma experiência absolutamente genial, aprendi muitas coisas, uma delas, em especial, que foi o saber camponês. Desse tempo na África, teve essa importância que ficou na formação do nosso pensamento sobre a agroecologia.

Teve outro aspecto, importante para mim, que foi o conceito de "tecnologia apropriada". Na época, o professor Celso Furtado falava sobre esse conceito, ele não se referia necessariamente sobre a agricultura, mas sobre o fato de que as tecnologias dependem das necessidades sociais de determinado local. Portanto, a inserção de tecnologias de certos países avançados pode ter um efeito muito negativo em determinadas realidades. Ou seja, a agricultura deveria se adaptar às condições sócio econômicas. Esses conhecimentos foram contribuindo na formação do pensamento sobre a agroecologia, na construção de uma proposta que pudesse atender às necessidades da agricultura e alimentação das pessoas.


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Edição: Marcelo Ferreira