Esquerda

Voto a voto: acompanhe a apuração da eleição presidencial no Peru

Pesquisas apontam empate técnico entre os candidatos; disputa promete ser voto a voto, até as últimas urnas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Votação foi encerrada às 21h do domingo, no horário de Brasília - ODPE Urubamba

A disputa pela Presidência do Peru entre os candidatos Pedro Castillo (Peru Livre) e Keiko Fujimori (Força Popular) está sendo tão acirrada como se previa ao longo da campanha.

Por volta das 19h de domingo (6), foram divulgados os primeiros resultados de boca de urna. Os resultados, não oficiais, apontam vantagem mínima da candidata Keiko Fujimori, com 50,3%. Pedro Castillo tem 49,7%.

A Organização Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) realizou a contagem rápida no fim do dia, apontando 50,2% de Castillo contra 49,8% de Fujimori.

A apuração oficial está em andamento. Com mais de 94% das urnas apuradas, Fujimori foi ultrapassada, mas ainda pode recuperar a primeira posição.

Acesse aqui o site oficial da apuração da eleição presidencial

Após votar, Pedro Castillo afirmou em coletiva de imprensa que esta é uma oportunidade dos peruanos se unirem para levar o país adiante, principalmente diante da pandemia de covid-19.

“Faremos todos os esforços para levar saúde ao povo peruano, tranquilidade, bem estar e justiça”, afirmou o candidato.

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Mais cedo, durante um café da manhã, Fujimori disse que não pode falar de propostas, por enquanto, mas de esperança, de fé no futuro e de trabalho. A candidata também pediu a todos peruanos que votassem "em busca da paz, para defender a democracia e escolher o destino que queremos."

O que está em jogo

Considerado um "azarão" pela mídia local, Castillo foi o mais votado no primeiro turno, chegou a abrir 20 pontos de vantagem, e hoje lidera em todas as pesquisas eleitorais com vantagem mínima.

Professor e sindicalista, ele tem como principais bandeiras a defesa da educação, o combate à pobreza e ao neoliberalismo.

A adversária é filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000) e disputa a Presidência pela terceira vez. Se na campanha de 2016 a estratégia foi "suavizar" sua imagem, apresentando-se como democrata e moderada, desta vez Keiko apela descaradamente ao fujimorismo.

Integrantes do partido Peru Livre acusam a mídia local e os apoiadores de Fujimori de praticar terruqueo, termo que em português pode ser entendido como criminalização, ou falsas acusações de terrorismo.

O medo é um dos pilares da campanha de Fujimori, que alerta para uma "ameaça democrática", que seria representada por Castillo, e para possíveis consequências econômicas de uma vitória do adversário, comparando-o a Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, alvo de sanções econômicas dos EUA.

O resultado final da eleição presidencial deve ser confirmado até o meio-dia desta segunda-feira (7).

Edição: José Eduardo Bernardes