CORRUPÇÃO

Assessor do secretário geral da OEA é preso por crime organizado em El Salvador

Ernesto Muyshondt foi detido em San Salvador acusado de ter relações com quadrilhas para compra de votos

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Ernesto Muyshondt foi preso, na última sexta-feira (4) em San Salvador, acusado de fraude eleitoral e associação criminosa - Reprodução / Twitter

O ex-assessor do secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Ernesto Muyshondt foi detido na última sexta-feira (4), em San Salvador, acusado de crime organizado.

Em vídeos divulgados nas redes sociais, o assessor de Almagro é visto entregando dinheiro a representantes das pandillas - organizações paramilitares vinculadas ao narcotráfico. Muyshondt foi prefeito da capital salvadorenha, entre 2018 e 2021, pelo partido Aliança Repulicana Nacionalista (Arena) e é considerando um dos maiores opositores a Nayib Bukele, atual presidente de El Salvador.

Muyshondt tem um processo aberto desde 2019 no Ministério Público, acusado de direcionar US$ 69 mil (cerca de R$ 379 mil) para compra de votos, através da sua associação com pessoas da quadrilha. O ex-prefeito afirma ser um preso político.

:: El Salvador: organizações denunciam ações ilegais em nomeação de nova Suprema Corte ::

Em audiência, em fevereiro de 2020, Ernesto Muyshondt se declarou inocente e afirmou que o presidente do seu partido também deveria ser indiciado por ter lhe entregado US$ 30 mil para pagar às maras - grupos de crime organizado.

Relação com OEA

Na última quinta-feira (3), o secretário geral da OEA, Luis Almagro anunciou que Ernesto Muyshondt seria seu novo assessor. Em seguida, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele declarou sua saída da Comissão Internacional Contra a Impunidade em El Salvador (Cicies), organismo vinculado à OEA. 

:: "O golpe de Estado já foi executado”, denuncia deputada salvadorenha ::

"Decidimos romper nosso convênio com a OEA-Cicies, porque é despropósito tratar de combater a impunidade justamente com as pessoas que a estão promovendo em El Salvador", afirmou o chefe de Estado em conferência de imprensa no último sábado (5). Bukele ainda acusou Almagro de promover uma agenda política na região. 

O acordo entre El Salvador e OEA, que deu origem à Cicies foi assinado em novembro de 2019, já sob gestão do atual mandatário. 

Com a ruptura do acordo, investigações que acusavam o desvio de dinheiro público para combater a pandemia da covid-19 durante gestão de Bukele serão interrompidas.

Edição: Vivian Virissimo