Meio Ambiente

No RS, MST planta 10 mil mudas de árvores para marcar a Semana do Meio Ambiente

Mudas foram cultivadas no viveiro do Instituto Educar, criado especificamente para a campanha nacional de plantio

Produção será prioritariamente destinada para desenvolver experiências agroflorestais, áreas de reflorestamento e recuperação ambiental - Comunicação do MST no RS

No último final de semana foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, e para marcar a data o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou diversas ações no pais todo. Os gaúchos também fizeram a sua parte e plantaram 10 mil mudas de árvores no norte do estado.

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No Instituto Educar foi criado um viveiro especificamente para a campanha ‘Plantar árvores e produzir alimentos saudáveis’, que visa plantar 10 milhões de árvores em 10 anos. Nessa escola camponesa, localizada no Assentamento Nossa Senhora Aparecida – área 9, em Pontão, no Norte do Rio Grande do Sul, a área destinada para o cultivo de mudas é de 1.000 metros quadrados, e possui a capacidade de conter 40 mil mudas.


Juventude Sem Terra, colabora com a implementação e manutenção do viveiro de mudas / Comunicação do MST no RS

De acordo com Marlon Fragas, formado em Engenharia Agronômica pelo Instituto Educar, nesse viveiro serão cultivadas espécies nativas e frutíferas.

“Temos como prioridade, a produção das seguintes variedades: Araçá vermelho, Ipê Roxo, Leucena, Goiaba Serrana, Angico, Erva-mate, Paineira, Araucária, Ipê Amarelo, Jerivá, Canela, Sete Capote, Goiaba Rosa, Maracujá, entre outras”, aponta o engenheiro agrônomo e coordenador do viveiro.

As mudas produzidas, segundo Fragas, serão prioritariamente destinadas para desenvolver experiências agroflorestais, áreas de reflorestamento e recuperação ambiental.

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Para o desenvolvimento do projeto do viveiro, o Educar construiu parcerias com o Instituto Koinós, a Prefeitura Municipal de Pontão, entre outros.

Estas instituições em conjunto com o coletivo de trabalhadores fixos, educandos da turma 3 do curso de Agronomia e o coletivo da Juventude Sem Terra contribuíram desde o desenvolvimento do projeto até sua implantação. Com o inicio da aquisição de insumos para a produção, a aplicação de força de trabalho, infra-estrutura e aquisição de sementes.

De acordo com Wagner Luz Ferreira, coordenador do setor de produção vegetal do Instituto Educar, já foram plantadas cerca de 15 mil sementes e a expectativa é de que sejam semeadas mais 30 mil até o final de 2021.

Fragas ainda ressalta a importância da juventude nesse processo. “Tem sido uma força essencial para o programa, assumem responsabilidades tanto na implantação do viveiro e coleta de sementes, quanto na produção de mudas e no seu plantio. Este projeto tornou-se ferramenta de organização desses jovens, no pensar e produzir. Por meio do envolvimento nessas atividades, é possível quebrar paradigmas da produção convencional, inserindo a prática agroecológica em seu cotidiano, e contribui para garantir as condições de sua permanência no campo”, ressalta.


Viveiro de mudas no Instituto Educar, no norte do Rio Grande do Sul / Comunicação do MST no RS

No viveiro do Instituto Educar, a juventude se reúne uma vez ao mês, tomando todos os cuidados necessários frente a pandemia, para fazer a partilha de experiências e mutirões de trabalho para a produção de mudas. Isso reforça a identidade camponesa Sem Terra, e faz do plantio de árvores, um ato de rebeldia.

A muda produzida a partir deste plantio tem o propósito de distribuir para a população regional, cooperativas e prefeituras municipais para que possam implantá-las para melhorar o conforto ambiental, embelezar, produzir sombra e abrigo para a fauna local.

Além disso, elas serão utilizadas no próprio Instituto Educar, o qual construiu um projeto de implantar 10 mil árvores com o objetivo de obter corredores ecológicos, quebra ventos, barreiras vegetais e produção de frutas, madeira e biomassa.

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Para todas as mudas produzidas e distribuídas, o Instituto Educar e a juventude regional assumem coletivamente a responsabilidade de em parceria com os beneficiários das mesmas construir mutirões para a implantação e a realização dos manejos necessários para que estas possam se desenvolver e embelezar os locais onde as mesmas forem implantadas, além de auxiliar no planejamento das variedades conforme a demanda do local.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Página do MST