Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

Renda

O que está por trás da “escassez” de mão de obra nos Estados Unidos

Conservadores atribuem baixo interesse de trabalhadores ao auxílio emergencial e pedem fim do benefício

12.jun.2021 às 12h08
Los Angeles (EUA)
Eloá Orazem
Magistrada compara a ação solicitada pelo shopping com o segregacionismo racista ocorrido nos Estados Unidos no século 20

Magistrada compara a ação solicitada pelo shopping com o segregacionismo racista ocorrido nos Estados Unidos no século 20 - Jose Reynaldo da Fonseca via Wikimedia Commons

Hambúrguer, refrigerante, batata frita – e 50 dólares. Uma unidade do McDonald's no estado americano da Flórida está oferecendo um "combo" especial para qualquer pessoa que faça uma entrevista de emprego para trabalhar no restaurante. 

A nova receita "salgada" da rede de fast food tem como ingrediente principal a escassez da mão de obra nos Estados Unidos, um fenômeno que, segundo a Federação Nacional de Negócios Independentes (NFIB, na sigla em inglês), atinge 44% de pequenos negócios no país.

Veja também: Últimas da vacina: Brasil fica de fora das doações do imunizante Pfizer dos EUA

Com a taxa de desemprego passando dos 5%, conservadores são rápidos em atribuir ao auxílio emergencial de Joe Biden a baixa procura por oportunidades profissionais. Em algumas lojas é possível ler placas e cartazes dizendo coisas como "estamos com a equipe defasada, tenham paciência com os funcionários que estão aqui, porque as pessoas não querem mais trabalhar". 
 

De fato, a assistência proposta pelo governo nunca foi tão alta. Além do seguro-desemprego, que varia de acordo com cada caso, os americanos podem contar ainda com 300 dólares extra, pagos semanalmente como resgate financeiro à crise gerada pela covid.

:: Estados Unidos registram mais de um tiroteio por dia em 2021, aponta relatório ::

"É um absurdo achar que a falta de interesse dos trabalhadores é culpa do benefício", contesta o professor e pesquisador da Universidade de Londres Guy Standing. Ao Brasil de Fato, Standing explica como esses benefícios criam uma "armadilha da pobreza" e fazem da recusa pelo trabalho uma questão matemática.

"Os benefícios sociais propostos pelo governo são retirados tão logo as pessoas conseguem uma recolocação profissional. O problema é que, ao voltar ao mercado de trabalho e ter que arcar com os custos de transporte, alimentação e cuidados com o filho, o valor recebido pode ser menor do que o auxílio proposto", e completa, "mas isso é culpa do salário mínimo, que em muitos países está há anos estagnado ou caindo para níveis precários."  

Saiba mais: Sonho americano, pesadelo internacional: a imigração aos EUA

Essa conta que nunca fechou se torna uma equação altamente complexa diante do cenário atual, em que a competição por mão-de-obra acontece simultaneamente.

"Estamos saindo da pandemia e as pessoas querem sair e experimentar coisas, então as indústrias de hoteleira, turismo e de restaurantes estão famintas por mais trabalhadores para atender essa demanda", pontua à reportagem Ioana Marinescu, professora de economia da Universidade da Pensilvânia.

"O problema é que todas essas empresas querem contratar ao mesmo tempo, e buscam profissionais em um mercado limitado", conclui a docente.

Pela primeira vez, porém, a lei da oferta e da procura pode trazer bons resultados. "Essa escassez de mão-de-obra pode levar os empregadores a tornarem suas vagas mais atraentes, e isso pode ser traduzido em mais benefícios ou em aumento salarial. Muitas companhias americanas já anunciaram que vão subir o piso salarial de suas equipes, e isso deve impulsionar o mercado como um todo", comenta Marinescu.

Renda básica universal

Para o professor Standing, porém, a melhor solução a curto e longo prazo seria a adoção e manutenção de uma renda básica universal. "Muita gente acha que o que temos agora, o seguro-desemprego e o auxílio emergencial, substitui a renda básica, mas são coisas completamente diferentes. Um só é oferecido a quem não consegue trabalho ou ganha muito pouco, enquanto a renda básica é um direito adquirido, oferecido a qualquer um, independentemente de emprego e salário", diz.

O assunto é polêmico e ganha mais e mais manchetes à medida que grandes empresários e personalidades passam a fazer coro pela medida. O astrofísico Neil deGrasse Tyson, o co-fundador do Google Larry Page e o CEO da Tesla Elon Musk são alguns dos que apoiam a medida.

:: George Floyd: um ano do levante global que entrou para história da luta antirracista ::

"As pessoas que têm essa uma renda básica assegurada se mostram mais inclinadas a trabalhar duro e podem fazê-lo por terem melhor nutrição. Elas se mostram mais energéticas e dispostas a correr riscos. Consequentemente, seus filhos crescem num ambiente mais saudável e as mulheres mostram melhoria em todos os índices quando recebem diretamente esse direito", defende Standing.

Corrobora com as palavras do pesquisador um estudo feito ao longo de dois anos na cidade de Stockton, na Califórnia. Em 2019, o município selecionou aleatoriamente 125 pessoas para receber US$ 500 mensais, usando dinheiro proveniente de uma doação justamente para testar a ideia.

No mês de março deste ano os envolvidos publicaram o resultado, e foi um aumento no número de empregos em tempo integral e melhoria na saúde mental dos participantes, que relataram se sentir menos ansiosos e estressados. 

Apesar dos fatos, a discussão de auxílios e renda básica seguem fomentando posições políticas e o velho discurso de que as pessoas são preguiçosas. "Essa narrativa da vagabundagem obviamente serve de bode expiatório para empregadores que estão frustrados por não conseguirem encontrar trabalhadores – e eu entendo, porque tempos que encontrar alguém para colocar a culpa", afirma Marinescu, "mas também é uma retórica política, já que permite a extinção dos benefícios". 

E é exatamente o que acontece nos Estados Unidos, onde representantes republicanos pedem urgência ao fim do auxílio emergencial, em vigor até setembro deste ano. "É uma moeda de duas faces, porque esse mesmo auxílio que os empresários culpabilizam pela falta de candidatos é o mesmo que tem permitido às pessoas sair e consumir", lembra a professora.

Standing usa palavras mais duras para criticar a manobra política: "é uma retórica criminosa essa de que precisamos cortar os benefícios sociais porque as pessoas não querem trabalhar, porque todo mundo quer uma vida melhor; quer mais renda para prover mais qualidade de vida para sua família".

Defensor ferrenho da renda básica, o pesquisador argumenta que essa medida pode ainda colocar um fim no que ele chama de "empregos terríveis". "Os empregadores que estão oferecendo oportunidades ruins teriam de aumentar o salário ofertado, o que seria bom, ou teriam que automatizar essa funções, o que também seria positivo a longo prazo. O que a gente não pode é achar que a solução para esse problema é a multiplicação dos empregos precários. Essa é uma resposta ruim para uma pergunta péssima."

 

Editado por: Marina Duarte de Souza
Tags: auxílio emergencialdesempregoempregoestados unidos
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Genocídio

Líder da oposição em Israel diz que Netanyahu não representa maioria e pede fim dos ataques a Gaza

Retaliação russa

Rússia mantém retaliação contra Ucrânia com grande ataque aéreo

Educação

“Ratinho Junior é diretamente responsável por adoecimentos na educação”, afirmam deputados em Audiência

LUTA FEMINISTA

Congresso da UBM-RS defende radicalização da democracia como caminho para a emancipação das mulheres

MC não é bandido

A criminalização de MC Poze e a longa história de silenciamento da arte negra no Brasil

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.