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ATINGIDOS

Brumadinho (MG): há 900 dias, Elisângela perdeu o rio

Conheça a história da família que celebrava a vida no rio Paraopeba. Crime da Vale é lembrado todo dia 25

28.jun.2021 às 15h18
Belo Horizonte (MG)
Wallace Oliveira

foto - elisângela - Créditos da foto: Arquivo Pessoal

“Quantas vidas tiradas, que dó! Eu pescava no rio o peixe pra comer, mas quantidade também vendia. Lá eu sempre ia dormir na barraca. Que trem bom, que vida! No Paraopeba eu não pesco mais, metais pesados o poluíram. Não posso plantar nem comer peixe, é risco para a minha vida”.

Estes versos da canção “Lamento Ribeirinho” contam um pouco da história de sua compositora, Elisângela Isabel Pereira Silva, do distrito de São José, em Esmeraldas. A 90 km dali e há quase 900 dias, a barragem da Vale rompeu em Brumadinho (a 54km de Belo Horizonte), no dia 25 de janeiro de 2019, e alterou a vida da produtora rural, de sua família e de sua comunidade de maneira abrupta, violenta e profunda.

Antes, havia o Rio Paraopeba, a 700 metros da casa de Elisângela. Nele, acontecia a pesca, principal fonte de sustento, e praticamente todos os momentos de encontro e diversão.

::Somadas, indenizações da Vale a famílias de mortos em Brumadinho são 0,4% do lucro::

Em 25 de abril 2018, Elisângela e seu esposo celebraram as bodas de prata à beira do rio. “As meninas enfeitaram, colocaram mesa, teve bolo, luminárias, foi minha mãe, foram meus compadres, meus irmãos, meu pai, que ainda estava vivo. Foi uma festa muito bonita, teve declaração lá na beira do rio. Uma coisa para ficar pra sempre na memória da gente”, relata, emocionada.

Quando o rejeito da Vale chegou à região, Elisângela preparava o aniversário do esposo, que seria comemorado no dia 2 de fevereiro: “Toda oportunidade que tinha a gente estava no rio e eram férias do meu marido. A gente estava com tudo arrumado para ir acampar lá: tinha barraca, lugar de guardar vasilhas, fogão a gás, fogão a lenha, era quase uma casa. Agora, está tudo abandonado, pois não pode pescar mais”.

A lama é um divisor de águas

Do ponto onde a lama atingiu em diante, mudou a economia, mudaram os hábitos da população e ficaram problemas que ninguém sabe quando vão ser resolvidos.

“A gente não tem muito contato com a empresa. Os recursos da gente são com o Nacab, que ajuda a correr atrás [Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens que presta assessoria técnica independente aos atingidos na região]. E tem esse acordo aí, né? Caiu muito dinheiro para construir Rodoanel. Só que, para os atingidos, não foi justo não”, critica, referindo-se ao acordo celebrado entre o governo de Minas, instituições de Justiça e a mineradora, que está sendo discutido na Assembleia Legislativa. 

Leia também: Brumadinho: para familiares, indenização é uma pequena vitória em guerra longe do fim

O principal dano causado, segundo Elisângela, foi a contaminação das águas do rio e do poço da fazenda onde ela mora e trabalha. O lugar não é abastecido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Elisângela passou a ter que buscar água na casa de parentes e só começou a ter fornecimento da Vale dois anos após o rompimento da barragem.

“Eu liguei várias vezes para falar que está contaminado e eles falaram: ‘o poço está a 140 metros do rio e a gente só pode atender quem está dentro de 100 metros. A gente ficou sem água um tempão. Foi no dia 3 de fevereiro deste ano que eles trouxeram água para cá. Mesmo assim, foi depois que uma vizinha aqui ajudou”, conta.

Como a principal fonte de renda, que era a pesca, foi destruída, a trabalhadora passou a depender do auxílio financeiro emergencial, mas diz que muitas famílias que precisam não estão sendo contempladas por esse direito.

“Onde eu moro tem muita gente que foi bloqueado, uma das minhas filhas não recebe. E a gente recebe só a metade. Agora, indenização e outros recursos nós não recebemos. Eu acho que, mesmo que paguem esse auxílio, que eles dizem que é para aproximadamente quatro anos, eles deviam indenizar todas as famílias aqui da região”, defende. 

Leia também: PF investiga destruição de sítio arqueológico em Brumadinho (MG) pela Vale

A atingida gostaria de ver de volta como era a região antes do rompimento, mas diz que não confia na empresa e no Poder Judiciário. “Eu acho que não vai ser igual era tão cedo. Pode ser que Deus abençoe, mas, por agora, não vai ser não. A gente mesmo, que mora aqui, às vezes passa perto do rio, fica olhando e dá uma tristeza. Agora, é só lamentar e torcer para que a justiça seja feita, apesar desse acordo”, conclui.

Levantamentos para reparação

O Projeto Brumadinho, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realiza, a partir desta semana, a captura de peixes na bacia do Paraopeba para análise de contaminação. Os resultados da pesquisa vão ser entregues ao Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Belo Horizonte, responsável pelas ações referentes ao rompimento da barragem da Vale.

A Nacab também realiza, com a participação das comunidades, diversas pesquisas para levantar os danos socioeconômicos na saúde, lazer, alimentação, trabalho e renda dos atingidos.

Os resultados desse trabalho vão ser empregados na criação da Matriz de Danos, um documento com fundamentação técnica que permitirá valorar as perdas decorrentes do rompimento da barragem de rejeitos para fins de indenização.

Editado por: Elis Almeida
Tags: paraopeba
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